Coluna do Corvo

Só de olho

Em certos aspectos, os jornalistas são como garçons em “tunguete”, sabem quais são as cartas dos jogadores, quem está blefando, enfim, entendem tudo o que está acontecendo. O jogador pode ser bandido, mas o garçom não, do contrário não se cria. Jornalistas que acompanham a política e conhecem bem o ambiente, conseguem descobrir todas as armas e até os segredos que serão utilizados pelos oponentes em batalha, mas por questões éticas, não podem antecipá-las. Chega a dar uma coceira, uma agonia, mas é preciso se conter.

 

No retão

Adeus propostas! “Isso fica para depois”, revelou um candidato, ao ser cobrado. O que vale é o jogo da anulação e francamente, não é um caminho muito apreciado pelos eleitores. Essa “arena” de gladiadores pode verter sangue dos dois lados e os candidatos devem abrir os olhos, porque não estão sozinhos.

 

Ovo ou galinha?

A essa altura do campeonato, é difícil saber quem começou a encrenca, mas isso não importa, porque Paulo e General, ou outro com possibilidades de encarar um segundo turno, partiria para o duelo. A fórmula para vencer eleição é riscar a palavra “escrúpulo” do caderninho.

 

Tática do General

Como tudo está aos olhos do povo, é possível comentar. O candidato General Silva e Luna utiliza o argumento que se o Paulo “ganhar, não vai levar”, a exemplo do que aconteceu na última eleição, com a anulação, e, a presidente da Câmara assumindo temporariamente. Outra peça que irrita bastante o oponente é a da reprovação no Tribunal de Contas. São casos que de certa forma cansaram os eleitores, mas que grudam igual chiclete.

 

Tática do Paulo

O ex-prefeito busca duas vias de sobrevivência eleitoral. A primeira é combater as acusações, agora com base no ato de homologação, onde a Justiça praticamente afasta o risco de não tomar posse. O problema, é que o tema sofre um efeito da funesta teoria Goebbels, onde “uma mentira dita mil vezes torna-se verdade”. A segunda via, tenta ligar o General ao ex-prefeito Chico Brasileiro, cuja suposta reprovação pesaria e muito contra os oponentes.

 

O que mais causa estrago?

Os dois horários eleitorais, participações em debates, utilização das redes sociais, andanças e comícios, isso tudo não machuca tanto os candidatos, como as chamadas “pílulas”, ou seja, as investidas ao longo das programações de Tv. Isso, inclusive, é o que mais dá trabalho aos juízes eleitorais. Horário eleitoral assiste quem quer, mas a tal pílula é esfregada na cara do cidadão que está vendo o telejornal, a novela, um filme; é algo muito de frente com o eleitor. Realmente chama a atenção. Como o General possui mais espaço.

 

Recurso

Os advogados se esforçam em encontrar brechas e, se a mensagem for em desacordo com a Lei, ou interpretada como ofensa, é possível dar o troco no formato do “direito de resposta”, mas isso atenua o estrago? Muitos entendidos dizem que não. A mentira ainda é mais veloz que a verdade, infelizmente. Neste quesito, é preciso demasiada inteligência na formatação da resposta, do contrário é “desperdiçar oportunidade”.

 

O quem mais esperar?

É difícil saber, mas não serão flores e nem pétalas de rosas, se depender do Paulo, General e Sâmis. Aírton José, Zé Elias e Sérgio Caimi andam pela sombra e o Latinha, apesar da irreverência, não faz verão, porque suas mensagens não ganham eco, por falta de tempo e polarização dos oponentes.

 

Ficou bom?

Avaliando, o fato de existirem sete candidaturas até que foi interessante, sobretudo com frentes ideológicas distantes. Para quem gosta de política está de bom tamanho. Não é possível dizer que a eleição está polarizada em Foz, porque olhando as pesquisas, há gente da direita, esquerda e centro apoiando todos os candidatos. Foz é diferente até nisso.

 

 

Ovo “marca Bolsonaro”

O eleitorado está atento, que tanto um como outro (Paulo e General), se esforçam para não macular a imagem do ex-presidente, porque ele ainda controlaria, segundo as pesquisas, expressiva camada de simpatizantes. Por isso andam em campo minado, com todos os cuidados para não afetar a imagem do capitão.

 

Ai, as alianças

Olhando o futuro, avizinhado em quinze e poucos dias, o “x” do problema será a composição das frentes que passarem para o segundo tempo, ou turno. Independentemente os “classificados”, terão problemas com apoio dos que não forem adiante.

 

Até agora na Rádio

A semana foi bem apertada e de correria, porque de um jeito ou outro, é necessário acompanhar a movimentação dos nobres candidatos. Por essas e outras, ouvir a Rádio Cultura é muito eficiente, sobretudo no programa Contraponto, com a participação de todos os postulantes. Ontem foi a vez do Latinha. Hoje a manhã os interlocutores descansam o cabeção e tudo começa de novo na segunda-feira, às 11:20, quando o convidado será o General Silva e Luna e na terça, o Aírton José encerra a segunda e última rodada de entrevistas até o segundo turno.

 

Retrospecto

A segunda rodada começou com o candidato Zé Elias. Ele abordou os temas centrais do seu discurso de campanha, a luta contra corrupção, economia, educação e redução de assessores e nomeados. O segundo entrevistado foi o Sérgio Caimi, que falou bastante sobre meio-ambiente e saneamento. Sâmis da Silva bateu o cartão na emissora na quarta-feira, e a acidez começou a se espalhar, porque ele, apesar da calma e saudosismo, não deixou barato para o que considera a “pressão de campanha”, com o derrame de dinheiro na praça; na quinta-feira, o Paulo apimentou o horário, mas foi de certa forma comportado. Ele se mais se defendeu dos ataques e lançou propostas. O Latinha, como sempre, fez trocadilhos e chorou a falta de recursos e a pobreza quase franciscana de sua campanha.

 

Audiência

A Rádio Cultura de Foz do Iguaçu é um fenômeno de audiência em tempos de normalidade, mas em épocas eleitorais supera sempre a todas as expectativas, impressionante! Quem vai ao estúdio e acompanha as redes sociais fica de cara com a quantidade de mensagens nas redes sociais e telefonemas. A população super prestigia as transmissões, logo, o debate que ocorrerá no dia 01/10, está sendo muito esperado.

 

Para pensar

O final de semana chegou e muita gente quer tirar férias temporárias da política. Mas este colunista descobriu algo interessante: os eleitores estão ligando para os comitês, recomendando cautela aos candidatos, para que não enlameiem a cidade com propaganda e o resultante de tantas acusações. Será que escutarão? De qualquer maneira, um bom fim de semana a todos!

 

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