Júri popular de ex-agente penal que matou guarda municipal de Foz será em Curitiba
O júri popular do ex-agente penal federal Jorge Guaranho, que matou a tiros o guarda municipal de Foz do Iguaçu, Marcelo Arruda e julho de 2022, foi transferido para Curitiba. A decisão do Tribunal de Justiça do Paraná (TJ-PR), anunciada na tarde de quinta-feira (13), atende um pedido do réu apoiador do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), que não gostou do tema escolhido pela vítima para comemorar o aniversário de 50 anos com amigos e familiares, com uma festa temática em homenagem ao presidente Lula e ao PT.
O julgamento de Guaranho, que utilizou uma pistola de propriedade da União para praticar o crime, era para ser realizado em Foz do Iguaçu, onde o crime aconteceu. A primeira tentativa de formar o júri, no início de dezembro do ano passado, mas acabou adiado. No dia 4 de abril deste ano, o júri acabou sendo formado, mas foi adiado novamente em função dos advogados de defesa de Jorge Guaranho abandonarem o plenário. Remarcado para maio, o júri popular foi adiado em função do pedido de desaforamento.
Os advogados do ex-agente penal queriam levar o julgamento para o município de Cascavel, mas a decisão do TJ-PR foi eleger a capital do Estado como foro para o júri popular. Com a decisão, o processo será remetido para uma das duas varas do Tribunal do Júri de Curitiba. De acordo com o advogado Daniel Godoy Jr., a expectativa é de que o caso finalmente tenha um desfecho após a decisão.
“A demora traz prejuízos para todas as partes, incluindo o próprio réu, que aguarda o julgamento preso. Mas, principalmente, traz sofrimento para a família do Marcelo, que também é vítima desse crime brutal”, afirma o advogado advogado Daniel Godoy Jr., quer é assistente da acusação. Segundo ele, a expectativa é de que o caso finalmente tenha um desfecho após a decisão.
Godoy Jr. lembra que a vítima deixou viúva e quatro filhos, sendo que o mais novo só tinha 45 dias quando o pai foi assassinado. “O importante é que o julgamento ocorra em breve e que a justiça seja feita, com a condenação do réu pelo homicídio duplamente qualificado, pelo motivo fútil e o risco às pessoas que estavam na festa no momento do crime”, afirma o jurista.
Relembre o caso
As investigações encaminhadas pelo Ministério Público (MPPR), que embasaram a denúncia que tornou réu o ex-policial bolsonarista, indicam que Guaranho estava em um churrasco, quando soube do evento com o tema PT e Lula. Ele então se dirigiu ao local onde chegou aos gritos de “Bolsonaro” e “mito”, tentando provocar Marcelo Arruda e os participantes da festa em uma área privada, locada para o evento.
No momento, o réu estava acompanhado da esposa e do filho, um bebê de colo, fez ameaças a Marcelo Arruda, que era tesoureiro do PT de Foz do Iguaçu, mostrando que estava armado e afirmou que voltaria para matar “matar todo mundo”, após uma discussão com a vítima.
Pouco tempo depois, Jorge Guaranho retornou ao local da festa, sozinho, e começou a disparar contra o alvo e convidados ainda da porta do salão. A ação foi registrada pelas câmeras de segurança. As imagens mostraram que a vítima tentou se esconder debaixo de uma mesa, onde foi alvejada à queima roupa. O atirador só parou após ser atingido pela vítima e perder a consciência. Após um mês internado em Foz do Iguaçu, foi transferido para o Complexo Médico Penal de Curitiba, onde permanece preso até o momento.
- Da Redação