No Bico do Corvo

Sexta-feira santa?

Olha a carta do leitor: prezado Corvo, como hoje é “sexta-feira Santa” e estamos comemorando a quaresma, devem reduzir um monte o preço da cerveja, porque minha sogra disse que é proibido beber. Ela reza um terço a cada duas horas. Fui no supermercado e só havia ovos de chocolate pendurados por todos os lados e os preços, nem te falo. (Reinaldo F. C. Fontana).

O Corvo responde: como escrevia o para lá de saudoso Chico de Alencar, “leitor é soda”! Para começo de conversa ainda falta muito para a Sexta-feira Santa, mal iniciamos o período da quaresma, onde não é proibido beber, do contrário os padres não usariam o vinho nas liturgias. O fato é que o Reinando não deve ter cursado aulas de catecismo, ou não prestado a atenção nos ensinamentos. A Páscoa ainda está um pouco distante, mas chegará logo, como o resto do ano. Outra coisa: o período da Quaresma não deve ser zombado. É sim um momento de reflexão e purificação do corpo e da mente, muito parecido com o Ramadan. Em muitos casos, rezar faz bem, porque dá no mesmo que pedir paz e fraternidade, em acordo com a campanha em voga, da CNBB.

 

O Carnafalls

Segundo informações oficiais, mais de 25 mil pessoas participaram dos eventos carnavalescos na Praça da Paz, como sempre, em torno de 10% da população. Isso, nos três dias de festa, com a participação dos blocos, artistas e, por fim, o fechamento com a chave de ouro, ou seja, a Canja do Galo Inácio!

 

Povo não liga para o calor

As temperaturas no sábado e domingo beiraram 40 graus e com sensação térmica acima dos 50. Uma barbaridade. Mas isso não afastou os foliões e à cada pancadinha de chuva de verão, o povo fazia festa, como aconteceu na terça-feira. Algumas barracas esguichavam um pouco de água, pelo menos para molhar o asfalto em volta. Vamos lembrar que água é uma raridade na Terceira Pista, até para beber, diante do preço praticado pelos comerciantes. Aqui entre nós, uma garrafa de água está a cada dia se tornando artigo de luxo e não é para menos, o líquido, fonte da vida, está desaparecendo mais rápido que o petróleo.

 

Policiamento

Isso ninguém pode reclamar. Em alguns horários havia mais capacetes do que cocares de fantasia. A Terceira Pista foi muito bem controlada por policiais e seguranças, além do apoio do Foztrans no controle do trânsito. Não houve o registro de uma única ocorrência!

 

O saldo da Canja

Quem foi à terceira-pista de cara viu o espaço destinado à Canja do Galo Inácio. Como sempre o sucesso se repetiu, sobretudo com o já famoso drive-thru. O Rotary Clube Grande Lago, anunciou que comercializou cerca de 3 mil canjas, o que resultaria na arrecadação de uns 30 mil reais, valor que será muitíssimo bem aproveitado pela AFA – Associação Fraternidade Aliança, em suas obras assistenciais. As crianças atendidas lá agradecem.

A Canja une muita gente

Há pessoas que se dedicam ao evento permanentemente. São voluntários que não ligam nem um pouco em aparecer e que apenas levam o assunto como uma missão. O Corvo mencionaria vários nomes, mas o Carlão representa muito bem a todos, porque além de trabalhar dias e noites seguidas, comanda o feitio do alimento, de muita qualidade. Na foto, ele divide o sucesso com os companheiros de cozinha.

Palco Fernando Craviola

Muitas pessoas que estiveram no espaço destinado ao Carnaval revelaram emoção toda a ver que surgia o luminoso homenageando o músico Fernando Craviola, que deu nome ao palco da festa. Ele faleceu em janeiro de 2023. Fernando animava os carnavais de Foz pelo menos nos últimos 30 anos. É coautor do Frevo do Galo Inácio, que aliás, não fez parte do repertório em 2024. O Corvo promete que vai passar a partitura adiante, porque o frevo do galo é bem animado. Enfim, Carnaval de Foz sem o Fernando é avião sem asa. Saudade do amigo.

 

Folia da Saudade

Muitas pessoas pedem “a volta do Carnaval da Saudade”. O fato é que a manifestação não se encaixa bem no atual contexto, de fazer os bailes na Terceira Pista. O Carnaval da Saudade era um diferencial, por isso se transformou no ponto alto da folia. Ano que vem isso pode mudar. Algumas localidades estão se preparando para abrigar a festa, como é o caso da Vila Yolanda. Apenas para recordar, o Carnaval da Saudade era realizado na Rua Marechal Deodoro, esquina com a Quintino Bocaiúva, local batizado como Largo Raul Quadros.

 

Que lugar é esse?

É preciso explicar, porque muita gente pergunta e até procura. O largo simplesmente existe nos dias em que acontece o Carnaval. É um palco imaginário, porque era lá que aconteciam, os eventos carnavalescos no início do século passado, quando as ruas nem possuíam asfalto. As charangas circulavam pela cidade e lá se juntavam. Raul Quadros foi um grande incentivador dos eventos nos anos 70 e 80, juntamente com Roberto Simões, Professor Mosquito, Toto Palma, dentre outros. Eles animavam os salões. O Carnaval da Saudade surgiu com a instalação de um pequeno coreto, animado pela cantora Luana, o maestro Zezinho, o saxofonista Ruiz e Oliveira Júnior, que fazia a apresentação e organizava os concursos de fantasias das crianças. Uma charanga abria o desfile na Rua Jorge Schimmelpheng, até o largo Raul Quadros.  A morte do Carnaval da Saudade é um capítulo muito triste, mas sem alternativas. Um dia o Corvo conta essa história.

 

Os banheiros

Corvo, quer dizer que você foi fazer xixi no mudo da Câmara Municipal? Mas o edifício não tem um muro, deve ter se aliviado no jardim. Mas olha, isso pode servir de protesto original, uma vez que os nossos combativos vereadores poderiam começar uma empreitada para pressionar a construção de banheiros públicos na cidade e não apenas na área do Carnaval. Pensa o que aconteceria, caso as pessoas fizessem como aconteceu em São Paulo, nos anos 30? O povo se reuniu para protestar e milhares foram mijar no prédio da prefeitura.

Alaor C. Caldas

O Corvo responde: prezado professor, o assunto de construir banheiros públicos hoje em dia é um pouco complicado, até mesmo pelas regras ambientais. No mais, não seria nada complicado um mictório na Praça da Paz, mas isso implicaria em zeladoria, porque o índice de depredação na cidade é algo fora do comum. O povo destrói aquilo que deveria cuidar, porque faz falta. Olha o que fazem regularmente nos banheiros da Prainha? Bom, isso é coisa de gente que não tem educação, o Corvo não quer nem imaginar como deve ser o banheiro na casa dessas pessoas. P.S. O corvo se aliviou no jardim, porque não queria molhar as calças.

 

Sobra espaço para a política

Se bem que o assunto está mais para uma questão judicial do que outra coisa. Todos lembram muito bem quem é o Queiroga, ex-vereador e que teve a carreira prejudicada em razão de suposto ato de improbidade administrativa. Ele teria realizado blitze educativas e nelas, apareceriam o nome e fotos do vereador. Pois bem, Queiroga livrou-se graças aos recursos e mudanças na Lei. Logo terá uma certidão e estará pronto para outra empreitada.

 

Malafaia não desgruda

O pastor, segundo dizem, é o artífice e organizador do evento marcado para o dia 25, em São Paulo e que pretende encher a bola do ex-presidente Bolsonaro. Dizem as más línguas que o convidado principal está pensando em desistir, porque não quer afrontar ainda mais as autoridades do Judiciário. É fato que mesmo que ele não dê um pio, vai acabar sobrando, porque algumas pessoas, falam pelos cotovelos. Esse Malafaia deveria aquietar o faixo, e, parar de misturar religião com política.

 

O Papa faz…

Alguém enviou uma cartinha ao Corvo: “prezado, as pessoas estão dizendo que o pastor Malafaia faz política. Mas qual o problema, até o Para Francisco faz? Há muita mediocridade nesses assuntos, é obrigação de todos “fazer política”, se a gente quer um mundo melhor”. Assinou N.B.C, pedindo para não ter o nome divulgado. O Corvo não vê problema algum nisso, o caso é que em matéria de credibilidade, não dá para fazer comparações, não é? O Papa nunca vendeu spray para “arredar o capeta”.

 

Lula no Egito

Fazem muitas brincadeiras com o presidente Lula em sua visita ao Egito, terra das múmias e faraós. Vai ver é o espírito carnavalesco que ainda não saiu das pessoas. Bom, chegamos às sexta-feira! Eita semana que passou rápido hein? Que venha o sábado!