Instabilidade econômica e social argentina complica gestão municipal de Puerto Iguazú

O clima de instabilidade política e social que se espalhou pelo país, após dois meses da posse do novo presidente Javier Milei, pode complicar ainda mais a administração pública de Puerto Iguazú, na fronteira com Foz do Iguaçu (Brasil). As dificuldades enfrentadas pelo município foram reconhecidas pelo prefeito Claudio Raúl Filippa, ao participar da abertura do ciclo de sessões ordinárias do Conselho Deliberativo (Câmara de Vereadores). De acordo com ele, este ano não será “haverá carnavais”, nem kits escolares e que os cortes continuarão.

Claudio Filippa foi reeleito no ano passado para o quinto mandato à frente do poder Executivo de Puerto Iguazú. Na abertura do conselho deliberativo, ele fez um balanço da gestão municipal das ações realizadas em 2023, além de anunciar o planejamento para o ano de 2024. Ele reconheceu, durante o encontro, que o parque rodoviário da Prefeitura está em mau estado e que adquiriram veículos usados no ano passado para orientação do trânsito e que este ano em curso será de dificuldades.

O prefeito disse que Puerto Iguazú enfrenta muitos problemas em relação a infraestrutura viária, porque o município cresceu de forma irregular devido as ocupações urbanas, relatou o El Territorio. “Quero que saibam que tivemos uma série de inconvenientes, alguns problemas com veículos no parque rodoviário municipal. No geral sabemos que estamos um pouco atrasados, mas vamos continuar trabalhando nos bairros, mas isso é porque temos problemas com algumas máquinas”, destacou Filippa.

 

Cortes

Ele ressaltou ainda que, devido à situação econômica, serão feitos cortes, como a decisão de não apoiar a festa de carnaval, este ano não serão entregues kits escolares e haverá cortes e ajustes em todos os setores: “Lamento informar aos cidadãos que este ano não estamos em condições de ajudar com os kits escolares, os 7 mil kits nos custaram quase 50 milhões de pesos (aproximadamente R$ 2,5 milhões)”.

Em função disto, o prefeito aconselhou as famílias “destinarem o dinheiro da dotação para a compra de material escolar”, ressaltou. Claudio Filippa, de acordo com o El Territorio, limitou-se a anunciar as ações realizadas, mas não fez nenhum anúncio para a gestão de 2024.

 

Cobrança

Não é só a falta de condições de realizar obras públicas e de apoiar os estudantes e os carnavalesco que tiram afetam a gestão municipal de Puerto Iguazú. Durante o ato, um grupo de servidores da Prefeitura anunciou o prefeito ao Ministério do Trabalho pela falta de reajuste em seus salários. Filippa disse que haverá “um aumento em linha com o que implica um compromisso”, e observou: “Como seria bom pagar pela produtividade, porque é fácil reclamar e é fácil não trabalhar”.

A declaração irritou os funcionários municipais que acompanhavam a sessão e aproveitaram para se manifestarem de forma pacífica e exigirem um aumento salarial, uma vez que, segundo eles, muitos funcionários não o fazem. A denúncia ao órgão contou com apoio da Associação dos Trabalhadores do Estado (ATE). Até o final da tarde de ontem (05) estava prevista uma assembleia da categoria para definir os próximos passos da mobilização.

  • Da Redação / Foto: divulgação

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