MEC e UNILA criam GT para estudos de internacionalização da Universidade
A UNILA é uma universidade pública brasileira que já nasceu com a missão de cooperação horizontal e solidária com os demais países latino-americanos. Em virtude dos 14 anos de contribuição da Universidade para a internacionalização do ensino superior no Brasil, com um quadro de estudantes e docentes oriundos de várias partes da América Latina e uma base curricular voltada para a região, o Ministério da Educação (MEC), por meio da Secretaria de Educação Superior (Sesu), instituiu um Grupo de Trabalho direcionado à realização de estudos para a criação de um instituto binacional com o Paraguai, com possível sede em Ciudad del Este. Diante do contexto de retomada do processo de integração regional pelo atual governo brasileiro, este é considerado um importante passo para o processo de internacionalização da instituição.
Segundo a reitora da UNILA, Diana Araujo Pereira, “o GT nasce de forma coerente com a nossa legislação e missão institucional de atuação prioritária na fronteira. A configuração deste Grupo de Trabalho permite não ficarmos apenas em um diálogo entre Brasília e Assunção, trazendo para o nosso território e para as instituições de ensino da fronteira a prioridade e o protagonismo para a condução do processo”. Dessa forma, o MEC-Sesu estabeleceu o GT composto por representantes da UNILA e da Universidad Nacional del Este (UNE), em conjunto com instâncias governamentais dos dois países. Do lado brasileiro, estão a Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), a Assessoria Internacional do MEC e o Ministério das Relações Exteriores. E do lado paraguaio, representantes do Conselho Nacional de Ciência e Tecnologia do Paraguai (Conacyt) e do Ministério da Educação daquele país. A formalização do GT se deu através da Portaria n.º 43/2023 e Portaria 44/2023, de 18 de dezembro de 2023, publicada pelo MEC-Sesu, que instituiu o propósito do Grupo de Trabalho como sendo “voltado à realização de tratativas e estudos para criação de um instituto binacional.”
A expectativa da Reitoria é que, com a criação do Grupo de Trabalho instituído pelo MEC, a UNILA possa avançar e dar um passo a mais no cumprimento do objetivo de formar recursos humanos aptos a contribuir com a integração latino-americana, com o desenvolvimento regional e com o intercâmbio cultural, científico e educacional da América Latina, especialmente no Mercado Comum do Sul (Mercosul) (Art. 2, Lei 12.189/2010, de criação da UNILA). “Essa mesma lei destaca que a UNILA caracterizará sua atuação nas regiões de fronteira, com vocação para o intercâmbio acadêmico e a cooperação solidária com países integrantes do Mercosul e com os demais países de América Latina” (Art. 2, Lei 12.189/2010, § 1), lembra Diana Araujo.
Novos rumos da integração pelos caminhos da internacionalização
De acordo com informações da Sesu, com a instituição deste GT o governo federal pretende retomar o projeto inicial da UNILA como uma Universidade que contribui efetivamente para a integração latino-americana, a começar pela inclusão do país vizinho, o Paraguai. Para tanto, é fundamental que o GT criado tenha caráter cooperativo e interinstitucional entre Brasil e Paraguai, ainda que seja conduzido pela UNILA e pelo MEC. De acordo com a secretária da Sesu, Denise Carvalho, a ideia é fortalecer a UNILA e consolidar essa instituição federal de educação superior que teve seu projeto de implantação interrompido no governo anterior.
A reitora da UNILA reforçou, também, que a intenção dessa iniciativa é aprofundar a internacionalização como um todo, com uma mirada para toda a região, e não restritiva à binacionalização, como foi tratado em alguns momentos. “Esse processo começará pelo Paraguai, em um momento político que é favorável a essa cooperação mais próxima. Porém, esta iniciativa pode se converter em um exemplo, com a elaboração de uma metodologia de cooperação que será construída agora, mas que poderá ser replicada para a criação de outros institutos nesta mesma linha. E como resultado futuro, teremos a ramificação da UNILA para outros países. Um passo fundamental para que a gente comece um processo de crescimento e de amadurecimento da internacionalização da UNILA também para fora do seu território”, afirmou Diana Araujo Pereira.
A primeira reunião do GT será realizada no dia 2 de fevereiro, e o prazo de conclusão dos trabalhos é de 120 dias. Durante esse período, enquanto os estudos do GT vão sendo desenvolvidos entre os agentes participantes – e o grupo tem a função apenas propositiva e não deliberativa –, na UNILA deverão ser desenvolvidas várias ações com caráter de acompanhamento e participação da comunidade interna e externa, visando ao amplo debate e à articulação de ideias. A Reitoria apresentará um cronograma de atividades que inclui fóruns de debate e seminários formativos. Todas as informações a respeito dos desdobramentos do GT serão divulgadas nos canais da Universidade.
- AI UNILA / Foto: UNILA