No Bico do Corvo

Final ou começo de uma jornada?

Prezado Corvo, o que os leitores esperam do senhor é um “happy end”, porque chega de aborrecimentos e sandices políticas e essas coisas do dia a dia. Para encerrar o ano a sua coluna deveria fazer um TOP Melhores do Ano e, os piores também, assim ficaria bem divertido. Mas se fizeres um balanço já estará de bom tamanho. Um parecer do que passou e o que vira. O que acha do desafio prezado colunista?

Maria J. P. Duarte Santos

O Corvo prazerosamente responde: prezada leitora, a última edição do ano sempre carrega aquele gostinho de não se saber por onde começar. Então vamos pelo começo: como foi 2023 e como será, na visão espartana (ao mesmo tempo ululante) do Corvo, o ano que vem? Haja memória e imaginação. Para um texto assim, ambas as coisas são necessárias.

 

2023

Anos pré-eleitorais são assim, do tipo salada de chuchu com jaca, sem muitas emoções ou definições. E o que não tem gosto, gruda. As coisas são jogadas no ar, para serem catadas no outro período; os políticos atuam com o ânimo das pessoas e acreditam que são o centro das atenções. Não são. Em verdade, no máximo, são o centro da bagunça, porque se não trabalham ou não dão certo, a população sofre, desanima e diminui o crédito na coisa pública o que é muito ruim. Se o setor já anda por baixo, imagina esse povo se implodindo o tempo todo. Foz precisa de vez levantar, sacudir a poeira e dar a volta por cima. É duro entender que ainda há essa aura de amadorismo e noção de principiantes. Já passou o tempo desse povo mudar; o exercício público é algo maior e requer organização e seriedade. Taí algo para o eleitor pensar bastante ao longo do ano que vem e no que virá, quando a ideia é escolher políticos.

 

O caminho tortuoso

E neste ano em que ainda pisamos, 2023, começou com ares de mudança, mas não mudou em quase nada e claro, isso tem explicação. Vamos pular essa parte? Dá preguiça precisar explicar a tal esperança que se arrasta, por causa disso e aquilo, por vários motivos. Simplificando, de cima para baixo: Lula entrou e encalhou na poça de lama do Bolsonaro, tentou imprimir um governo que só continuou a agradar 50% dos brasileiros e olha lá. Literalmente trocamos seis por meia dúzia. No Paraná, o Ratinho Jr. faz força, do tipo quando o troço está entalado, difícil de sair. Claro, uma cidade como Foz do Iguaçu sente o reflexo de todas essas ambiguidades. Olha a confusão? É melhor não tentar explicar, para não passar raiva. Se houvesse gestão de verdade, em todas as esferas, as coisas não seriam assim e não haveria o dominó da desgraça…

 

Simplificando…

…ainda escutamos os nossos gestores se defenderem, usando a pandemia e as guerras, primeiro a dos russos x ucranianos e agora a barbárie em Gaza. Não era segredo que o mundo sentiria o reflexo da pandemia por anos a fio; foi o cálculo que fizeram, mas cada um tenta se recuperar da maneira que pode. Em Foz, pelo menos, só se escuta falar em recuperação econômica e superação dos números, tanto no Comércio como no Turismo.

 

Prefeitura

Chico Brasileiro faz a lição asfaltando, entregando campos de futebol, quadras, creches, postos de saúde, escolas e presta contas no quadro da Sustentabilidade. Promete arrematar a costura administrativa em 2024, último dos seus 7,5 anos de governo (Inês Weizemann ocupou seis inesquecíveis anos do seu primeiro mandato). Esqueceram dela, mas não da passagem pela prefeitura. O atual prefeito virou o “Judas” preferido da Câmara, dependendo o vereador oposicionista. Essa temporada de caça ao Chico é uma demonstração do que teremos no ano eleitoral. Será um Deus nos acuda em matéria de acusações, brigas e queda de braço.  Por enquanto a oposição formal ainda não deu as caras; está amoitada; tem gente até com medo ganhar o apoio da máquina, tamanho o tiroteio.

 

No Câmara

Um leitor enviou cartinha: “pois então Corvo, você argumentou mais de uma década sem aumento para os vereadores, mas isso é necessário? Olha o custo político. Todo mundo caindo de pau e o pior é que os carinhas que mais fazem oposição, são os que votaram pelo aumento. Pode? E vamos acreditar em quem, enfrente uma situação dessas? Então, os vereadores que enchem o saco do prefeito, são os que votam “sim”, aumentando o próprio salário? Aí sim esse munda tá perdido”, escreveu o Pedro L. S Fontana.

 

Mais… lá na Câmara…

“Prezado Corvo, eu francamente gostaria que você praticasse um exercício, de analisar um a um os vereadores desta Legislatura. Há pessoas que sabemos são muito devotadas, porém existem os oportunistas e de certa forma, parasitas. Será que poderemos contar com você para desmascarar essa gente?”, enviou o Luiz P. R. Macedo.

O Corvo de pronto responde: prezado, claro que poderá contar com a análise deste intrépido passarinho. Aliás, o levantamento já está sendo realizado à miúde, mas não espere injustiças ou desafio à honra das pessoas. O que não se pode fazer é generalizar e com isso, atingir a instituição. Apesar das desavenças e atividades individuais, o Poder Legislativo precisa ser respeitado.  Não vamos aqui dar uma de depredador da moral cívica.

 

Rebeldia?

Fazer oposição parece ser coisa fácil, mas é um processo delicado. Se o político denunciante, por exemplo, tiver telhado de vidro, vai se machucar. Isso está acontecendo por esses dias. Muitas máscaras estão caindo. Uma coisa é certa: esta coluna e o jornal GDia não possuem compromisso com vereadores. Aqui apenas tratamos os fatos quando são relevantes. Jamais mentiremos pela beleza ou formosura de alguém. Lá na Câmara há muitos santinhos do pau oco, como em todo o ambiente político. A coluna critica com base em informações e documentos. Bom, o Corvo até entende o aumento repentino desse interesse da população pelos vereadores, e por isso, recebe as denúncias com paciência. O Corvo começa a aceitar apostas sobre o índice de renovação na Câmara. Um matemático amigo do colunista disse que ele será acima de 80%.

 

Que número hein?

Se a renovação no legislativo será tão alta, quer dizer que há informações, do contrário não abririam a boca para pronunciar uma barbaridade dessas? Deduzindo “matematicamente”, dois ou três vereadores devem permanecer, o resto voltará a pegar no cabo da enxada. Quem será forma essa minoria?

 

Aumentam ou não?

Se aumentarem as vagas na Câmara e conseguirem isso para o ano que vem, as chances de manutenção do mandato de alguns vereadores aumentarão. Há um conhecido que jura de pés junto que não há mais tempo para uma operação assim. Em todos os casos o Corvo precisa pesquisar e conversar com mais pessoas para aclarar isso.

 

Os representantes

Ao passo que as coisas andam meio anuviadas em Foz, elas estão em ritmo de trabalho em Curitiba e Brasília. A dupla Matheus & Vermelho manda ver nas tratativas da representatividade. O Luciano Alves também se esforça bastante e acompanhamos isso pelos noticiários. Não vamos perder de vistas que eles estão com um olho no peixe e outro no gato. Ou melhor o peixe é a eleição e o gato, não perguntem a este colunista. Façam as próprias deduções.

 

Só eleições

Imaginar o futuro não é lá coisa fácil, mas sabemos que de fevereiro em diante não falarão em mais nada, que não seja a eleição de prefeito e vereadores. Os candidatos, pelo visto, serão os que hoje estão em tela, o tempo todo, com evidências ao Paulo Mac Donald Ghisi, o General Silva e Luna e outros. Sâmis da Silva deve recorrer ao exercício cansativo das liminares. O PT está trabalhando o ambiente com várias possibilidades, sem deixar de lado uma conversa com o Beto Richa, com o peito muito estufado depois das recentes decisões no STF.

 

Lencinhos brancos

Contaram para o Corvo que o governador Ratinho entregou uma gravação para várias pessoas. Ela diz o seguinte: “você tem como objetivo participar de uma reunião entre Paulo Mac Donald Ghisi e Chico Brasileiro até o final deste ano, e, colaborar para que a paz reine até as eleições, caso o Paulo resolva assinar a ficha no PSD. Esta gravação se autodestruirá em cinco segundos!”. Parece ser mesmo uma missão impossível.

 

Quem entrou nessa?

Seriam sete pessoas escaladas para a missão, três deputados estaduais e dois federais, mais duas eminências pardas iguaçuenses. Que barbaridade um rabujo desses no final de ano hein?

 

Querem saber?

Pode ser, um encontro entre Paulo Mac e Chico Brasileiro não seja um bicho de sete cabeças. Bastaria um olhar para o outro e lembrarem o passado, as trincheiras onde estiveram, as frentes de combate, os adversários vencidos e os bons tempo, que correrá uma lagrimazinha de saudade no canto dos olhos de ambos. Corre até o risco de se abraçarem e tudo ficar bem. Bom, difícil é abaixar e pegar o sabonete, mas até aí tem chão.

 

Papel aceita tudo

O Corvo fuçou e as pessoas abordadas garantiram que não sabem de um encontro assim, entre esfinges políticas iguaçuenses. Mas como pode ser um segredo, não iriam mesmo conformar. O corvo apenas fica sabendo das coisas e manda ver. 99,9% daquilo que sai aqui, acaba se concretizando. A margem de erro é bem pequena, além do mais o Corvo não é chegado em chutar as coisas.

 

Uma pequena reparação

Explicamos que na matéria de quinta-feira, sobre “Empreendedoras se reinventam” foi mencionado o uso de TAXI em algumas atividades inovadoras; em verdade, utilizam aplicativo para realizar o “Lady Driver”. Ana Carolina, empreendedora mencionada, é licenciada (proprietária) em Foz, e o serviço é feito pelo aplicativo. Hoje, o conforto está na porta de casa, e através do clique no celular. Esperamos assim desfazer um equívoco.

 

Movimento

Os bares e restaurantes estão lotados nos últimos dias do ano, sobretudo nesta semana. O Corvo atende ao pedido do amigo Joãozinho e reforça o abraço que ele quer dar em todos os clientes no seu tradicional serviço de espetinhos, que funciona na Avenida Iguaçu, na Vila Iolanda. Salve o Joãozinho.

 

Bye bye

Assim este Corvo encerra a sua missão de 2023! Desejamos a todos os leitores aquele Natal alegre, com direito a presentinhos e se não der, um abração já está de bom tamanho! Que 2024 chegue igual touro bufando em arena; a gente está aqui para tourear, com arte e primazia! Feliz ano!

 

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *