No Bico do Corvo
Não daria em outra
Chico Brasileiro reassumiu e de cara assinou a Portaria N° 77.804, que no uso das atribuições, considera a “ausência de critérios de avaliação técnica das necessidades da gestão que justifiquem a expedição de atos do Prefeito em Exercício, publicados na edição extraordinária do dia 4 de dezembro de 2023, do Diário Oficial”.
Considerou também…
…a “ausência de planejamento financeiro para a rescisão trabalhista de todos os servidores afetados, especialmente em razão do fechamento do exercício financeiro e fiscal”. Que coisa hein? Já havia gente planejando até viagem com a grana no final de ano, considerando a exoneração um belo presente antecipado do Papai Noel.
E considerou outras coisas…
…como “os prejuízos que poderão ser causados aos processos de governança e na eficácia dos serviços prestados à coletividade, incluindo a garantia de direitos constitucionais a servidores que atuam em posições estratégicas de gestão”. Chico explicou que a medida não poderia ocorrer “na breve assunção ao cargo de Prefeito em Exercício e sem anuência do titular que sempre zela pelos processos de boa governança”. O titular chamou a “ação inoportuna e inconveniente” orquestrada pelo Prefeito em Exercício. O povo está de volta.
O eco da lambança
Os atos do Francisco Sampaio, exonerando nomeados por Chico Brasileiro, ganharam volume por meio da oposição e pessoas que trabalham contra o governo. A ousadia mostrou a quantas anda a relação entre um e outro e nos oferece uma projeção do que haverá ano que vem, no período eleitoral. Claramente, Sampaio servirá aos interesses contrários ao grupo do Chico. Em números isso é muito relativo, uma vez que até mesmo a ultra oposição receia relações com o Delegado. “Quem maceta o Francisco também baterá no Chico”, desabafou um político.
Reservas
O fato é que nomear pessoas para agradar partidos, políticos e aliviar atrito com rebeldes e oposicionistas sempre foi uma tarefa perigosa. Um prefeito, quando assume o leme de Foz do Iguaçu possui a prerrogativa de “nomear” mais de 300 pessoas em todos os escalões, autarquias e fundações. São os chamados CC’s, cargos de confiança. E há também os indiretos. Enfim, é um assunto que cansa a beleza de qualquer político e houve quem já desejasse acabar com isso.
Posição indigesta
Ser um “CC” não é algo em nada seguro. Os “Cargos de Confiança”, em geral, não passam de moeda de troca. Quando isso é imposto por alguns políticos, incluindo vereadores, é uma barganha de verdade, e, que em vez de fiscalizarem os atos do executivo, se juntam na administração e interferem nas tarefas do prefeito. Um verdadeiro balaio de gatos e sapatos. Quem pode com isso?
Paulo e Chico
Quando Paulo Mac Donald Ghisi foi eleito e começou a planejar o segundo governo, fez várias reuniões com o vice Chico Brasileiro. Ambos torciam muito o nariz na tarefa de nomear pessoas. Simplesmente não queriam. Em algum lugar, pensaram em conversar com os servidores de carreira e nomeá-los em todas as secretarias e diretorias, como medida de economia e também de revolução administrativa, mas a ideia não foi adiante, em razão da pressão dos aliados e, até mesmo os oposicionistas que se aconchegavam na esperança de beliscar uma teta. É complicado enfiar a mão nesse vespeiro.
Atenção e cuidados
Tanto o Paulo como o Chico reclamavam abertamente da pressão por inserirem nomeados na estrutura de governo, que no final das contas mandariam nos concursados, o que não agrada em nada os servidores. É duro alguém ter ciência e compromisso com o trabalho e do nada, precisar aceitar ordens de alguém que não conhece a praia, ou entra no mato sem o cachorro. Logo, as nomeações eram muito apuradas e levaram em consideração o conhecimento e competência. Uma prova disso era a baixa rotatividade dos cargos enquanto estiveram no poder.
Listas e listas
A tarefa começava com a elaboração de uma lista para suprir as vagas e era comum riscarem nomes e inserirem pretensos substitutos; um rabisco geral, a ponto de se precisar copiar tudo em outro papel. Por essas e outras, os eleitos sempre advertem: “quem não desempenhar terá que deixar a pasta”. E o interessante é que Paulo e Chico eram tão sintonizados, que até hoje não se sabe como foram se tornar arque-rivais, inimigos figadais? Um dia ficaremos sabendo com riqueza de detalhes, mas como costuma dizer o Paulo, parodiando Willian Shakespeare (Hamlet), “algo há, no reino da Dinamarca”. Vamos suprimir a palavra “podre”, pois a intenção aqui não é ofender aos coadjuvantes dessa delongada história onde só havia beijos e agora restam os tapas.
Resumo da ópera
No fim, se não houvessem tantos cargos a nomear, as centenas de assessores e, a necessidade estapafúrdia de dar aos políticos, esperando algo em troca receber, o jogo seria mais estreito e não conviveríamos com ocorrências lamentáveis; elas ocorrem no âmbito administrativo para a alegria e diversão de uns, mas enraivecem a população, o cidadão que se mata para pagar impostos e não gosta de palhaçada. Para isso o contribuinte vai ao circo, quando ele passa pela cidade. A paciência anda curta.
Luta inglória
O termômetro que regula a opinião pública aponta satisfação quando reduzem o número de assessores e empregam melhor o dinheiro público. Todos os poderes lutam para melhorar a imagem, o Executivo, o Legislativo e até mesmo o Judiciário. A redução de cargos em comissão é um indicador positivo, encarado com o enxugamento da máquina, mas isso raramente acontece. Muita gente que está no poder pensa em afinar o ambiente, mas o tempo passa, as eleições chegam e quem vai balançar bandeiras em cruzamentos e semáforos?
Mundão afora
Dizem que num levantamento técnico realizado nem faz tanto tempo, seria possível funcionar a máquina administrativa de Foz com apenas 75 nomeados. Chegaram a realizar um projeto de redução muito maior, mas por razões já discernidas, deixaram para lá. Há países onde isso simplesmente não existe, ou seja, as regras e constituições não permitem nomeações. Há estados norte-americanos onde governadores podem levar no máximo cinco pessoas para trabalhar em seus mandatos. Isso existe, como também vereadores sem salário, sem assessores e que pagam todas as despesas do bolso. Se um dia vamos chegar lá, a certeza é que vai demorar. A contratação de assessores é um tema de grande interesse da população. Voltaremos a discutir o assunto em breve. Ou a cidade acaba com o favoritismo e os encostos, ou vivenciaremos o picadeiro.
Duso no “game”, novamente
O PT continua roubando a cena, mesmo com tantos imbróglios públicos. A última reunião do diretório municipal confirmou mais um estratagema contra o trio governista André Alliana, Nilton Bobato e Ian Vargas. O ex-vereador Fernando Duso foi confirmado como coordenador do Grupo de Trabalho Eleitoral (GTE), que comandará a estratégia do partido de Lula em 2024. Uns concordam, outros não. Mas há uma evidência no ar: Bobato continua muito ativo no cenário, a contragosto de algumas figuras que esperavam que ele “saltasse de banda”.
Não vai sair
Quem conhece bem o Nilton Bobato sabe que ele tem uma cabeça para pensar. E pensa muito. A esta altura deve estar maquinando um plano B, e, mexendo com a estrutura do partido. Contaram para o Corvo que ele possui apoio declarado de pesos pesados do partido. Isso ainda vai causar influência, escrevam.
Baixaria
Como sempre acontece, uma reunião no PT é descontração garantida para quem gosta de bagunça. A última reunião foi pautada por lances até hilários e um dos momentos mais bizarros, segundo uma filiada que assistiu às cenas, foi quando o antigo coordenador do GTE, teria realizado uma “prestação de contas” de seu trabalho com dados questionáveis, que segundo ele, foram “tirados do site do TSE”. A leitura arrancou risadas no Plenário e a situação levou a uma votação que resultou em “impeachment”. A nova empreitada escolheu o Duso. Com essas e outras, segue adiante a barca petista.
Moro again
Corvo, eu também acredito que Sérgio Moro não sairá facilmente do cargo de Senador da República. Pensa? Se fosse simples assim, que segurança há no processo político brasileiro? O cara concorre e depois se juntam e cassam? Assim não tem graça. E como você escreveu na coluna de ontem, se ele continuar Senador, sai de baixo! Veja, o Deltan Dallagnol será sim candidato a prefeito de Curitiba, dizem que não há o que impeça isso, porque seu afastamento não aleijou os direitos políticos. Pode ser, que afastado, Moro irá enfrentar situação similar e é logo que concorrerá de novo. Como esse vazio que há em escolher sucessores, ele está construindo uma candidatura muito sólida.
Paulo M. C. Ruas
O Corvo responde: há vários pareceres nesse sentido, mas não se pode prever o que acontecerá, porque o terreno político é muito pantanoso. Uma coisa é certa, Moro, Deltan, e outros políticos com a estampa da mudança, de centro ou direita, empaçocarão a pretensão de muita gente. O Paraná é um Estado diferente quando o assunto envolve a sucessão. Jogam com isso até os 45 minutos do segundo tempo. Vamos imaginar o que seria Moro no governo? Isso poderá reconfigurar toda a estrutura política nas cidades. A possibilidade de isso acontecer vai mexer também com Foz do Iguaçu, estejam certos. Há um risco de a política sair das mãos dos “mesmos”, como diz o povo.
A caravana passa
Enquanto escutamos novos nomes a todos os momentos e a escalada dos antigos, como Paulo e Sâmis, visando a disputa eleitoral, há quem esteja só na observação, aguardando os movimentos no tabuleiro. A indiada que se cuide, porque há pessoas que sabem jogar e com o QI elevado. Basta um errinho de avaliação ou distração e terão que enfrentar o inesperado.
Projetos futuros
Há várias pessoas nos bastidores estudando a possibilidade de um dia entrar no ramo da política e pelo que se sabe, são muito preparadas e, vão aos poucos construindo uma base muito sólida, calçada de informações precisas, conhecimento, sem chute ou sorte. Isso sim é muito bom para a cidade. Pode ser, algumas dessas pessoas arrisquem entrar no jogo ano que vem. Os que se consideram sabidos que se preparem. Os oponentes mais difíceis são os que ainda não mostraram a cara para valer. Uma boa quinta-feira a todos!