No Bico do Corvo
No Sul
Boa parte das cidades afetadas pelos temporais no Rio Grande do Sul abriga pessoas com idade um pouco mais avançada, em geral gente que passou a vida trabalhando na lavoura, pecuária ou cultivo de produtos rurais. Construíram habitações típicas, adequadas à cultura e o clima, locais onde esperavam um destino tranquilo e natural, como aconteceu com as gerações passadas. Esse sossego foi interrompido e chega a doer em saber das notícias. É impossível para muitos olhar as reportagens na televisão, onde retratam o sofrimento e a desolação.
A vida é o que vale
Muitos dos que foram surpreendidos pelas águas dizem que nunca se depararam com situação similar, até mesmo quem morava em lugar alto, aparentemente seguro. Ver a casa e todos os bens desaparecerem é algo aterrorizante. E no meio de tanta tristeza, pessoas com 70, 80 e até 90 anos dizem: “bens materiais não são nada, vamos fazer tudo de novo”. Isso é uma lição para muita gente, onde a força de viver prevalece. Nada nos resta além solidariedade e de alguma forma tentar ajudar aquela gente.
Delação
Dizem que o “El Cid” mandou ver e isso causou um certo rebuliço entre os bolsonaristas. Até o final da manhã desta segunda-feira não se sabia ainda o teor preciso da delação, mas ao que se imagina a terra vai tremer, tanto que os mais chegados ao ex-presidente atravessaram o feriadão preparando estratégias de defesa. E há muitas preocupações também com a Michelle. O acordo de delação premiada aliviou a vida de Mauro Cid, depois de homologado pelo ministro Alexandre de Moraes.
Enfim a liberdade
O tenente-coronel Mauro Cid saiu do Batalhão de Polícia do Exército de Brasília na tarde do último sábado. Ele ficou preso lá por 116 dias, quase uma eternidade, considerando a beleza de vida que levava em palácios e com fama de influente. Trabalhava com muita força a busca pelo generalato antes do tempo até. Triste constatação, saiu da cadeia com a canela apertada por uma tornozeleira eletrônica, com luzinha pistando. O ministro da Justiça Flávio Dino elogiou a Polícia Federal, que conduziu a delação.
O que virá?
Não deve ser coisa pequena e em nada boa para o ex-presidente Bolsonaro, sua família e alguns aliados. Pode se desencadear um “efeito cascata”. Apesar da delação ser uma peça lacrada, chaveada, trancada e selada com goma arábica, é possível que algum teor tenha vazado e com isto, a grande agitação entre os bolsonaristas. Bom, El Cid sabia de muita coisa pois transitava o tempo todo ao lado do presidente, atendia até aos telefonemas. O caso da venda das joias presenteadas seria a ponta do iceberg, dizem.
Militares felizes
Segundo notícias em vários órgãos que cobrem a delação em todos os seus aspetos, os chefes militares estão satisfeitos com o desfecho envolvendo o tenente-coronel. Isso viraria a página, diminuindo o impacto negativo sobre as forças armadas, afinal de contas, Mauro Cid forçou a barra, usando o uniforme o tempo todo. Deve enfrentar águas muito salgadas no Exército, no curso de vestir um pijama bem antes do que esperava. A delação o livrou da cadeia, mas não da Justiça Militar. Há muita gente de olhos vermelhos com a situação.
Lula e as viagens
Há um grande questionamento no fato do presidente voar mais fora do que dentro das nossas fronteiras. Ele se tornou figura habitual em cúpulas ao redor do mundo. Os especialistas garantem que isso se faz necessário, tamanho os estragos do antecessor. Em boa parte, as visitas de Lula procuram restabelecer acordos e o equilíbrio da balança comercial. Ele entra na frente e atrás vão os negociadores comerciais do Itamaraty e uma leva de empresários que passaram a ver navios com a quebra de fornecimento. Para o Brasil é importante comprar muitos insumos, mas é imperativo vender para os países parceiros.
Posição perigosa
A cristaleira internacional de Lula é o conflito entre russos e ucranianos. Não há como ele escapar do fogo cruzado. O caso é na observação, ele está mais para Putin do que Zelensky e isso incomoda a muita gente. Mas há uma evidência: apesar das críticas, Lula se firma como estadista, uma condição que o Bolsonaro nem passou perto.
O destino de Moro
Contaram para o Corvo que a situação do senador pode se complicar e bastante até a chegada de outubro. As investigações sobre os métodos da Lava Jato são supersônicas. Lá em Brasília há um empenho muito forte em coibir o “ativismo judicial” às avessas, com intenções políticas, ou em prejudicar intencionalmente gente que assumiu o poder, ameaçando a democracia. “Que país é este?”
O balaio
Então vamos pensar: se a condução da Justiça, por meio de provas e evidências (ou a falta delas) derruba o trabalho de juízes, promotores e procuradores, exterminando a culpabilidade, como devem se sentir os outros tantos inocentes, vítimas do judicialismo, por métodos imprecisos e tendenciosos? É triste imaginar que os brasileiros poder ser responsabilizados em indenizar o dano causado à muitas pessoas, por um serviço mal realizado. A grana saiu de apenas um lugar: o bolso do contribuinte. Mas não vamos generalizar, a maioria dos agentes judiciários atua em conformidade com os princípios da magistratura e a Carta Magna. Por isso existe Corregedoria e ao que se sabe, o trabalho tem sido árduo de uns tempos para cá.
Em Foz
Mudando de assunto, o Corvo soube de vários rumores ocorridos na pastelaria, muito frequentada pelos políticos até mesmo quando a Câmara está fechada. Dois assessores andaram confabulando com o volume da voz mais alto do que deveria. Vazou uma informação e ela foi rapidamente levada ao conhecimento de um grupo político importante. Segundo consta, haveria um “jogo de cena” para tentar desviar a atenção e isso fez alguns colocarem as unhas de fora. Inclusive unhas pintadas de rosa-choque.
Ai a pastelaria…
A fama do estabelecimento comercial das frituras e iguarias se espalhou, e, até mesmo os turistas andam frequentando o ambiente. Como há uma certa troca de assessores em alguns gabinetes, há quem pergunte aos novos frequentadores: “você vai trabalhar com qual vereador?” E o gringo se vira e diz: “what”? A curiosidade matou um gato!
Empreendimento
O negócio dos pastéis anda em alta. Um empresário/político local comprou um imóvel nas imediações da Câmara e deve aluga-lo para um chinês, que garante ser o melhor pasteleiro do universo. Aqui entre nós, se ele fosse tão bom pasteleiro assim não andaria distribuindo panfletos nos semáforos. Nada contra os nossos nobres trabalhadores da panfletagem, pelo contrário, é uma profissão digna e ainda eficiente e que sobrevive ao impacto eletrônico.
Corrida Eleitoral
Tem chovido nas redes sociais fotos dos prefeitáveis, muitos deles em companhia de futuros adversários. Há casos que parecem até de mãos juntas, aos pares, o que tem criado bolhas e bulhufas no imaginário popular. É a impressão nítida das chapas completas, de prefeito e vice. Na verdade, as conversas fazem parte da política e das alianças e nem todo mundo que lança o nome será realmente candidato, muitas vezes apenas “sondam” e até “sonham” com as possibilidades e partem para a feitura das barganhas. O fato é que as conversas estão a todo o vapor e essa eleição promete ser das mais disputadas da história. Adnan e Tércio tomaram um café; um longo café e o Corvo buscou a foto das redes sociais dos políticos.
Silva e Luna
Existe o novo e inusitado fator no meio político e isso está sendo batizado como o “efeito General Silva e Luna”. Muita gente que sonhava em ser prefeito confessa que anda perdendo os cabelos com a possível candidatura do ex-diretor-geral de Itaipu e já há um consenso na cidade de que somente uma nova “frentona”, ampla e sem egos, seria capaz de vencer o homem. Um agrupamento assim acabará demolindo prematuramente o sonho de várias pessoas e gera uma sensação incômoda: ou a turma escolhe alguém, ou o Silva e Luna permanecerá com a faca e o queijo.
Velhos sonhadores
Esse cenário praticamente tira do páreo competitivo nomes como o agora “petista” Nilton Bobato, que já teve densidade eleitoral para ser prefeito, e hoje tenta viabilizar uma candidatura dentro do PT. Preferiu protagonizar uma “missão quase impossível”. Há um comentário de que Bobato é um bom candidato, mas por estar fora de eleições há três pleitos e, em sigla com certa rejeição na cidade, não conseguiria vencer o General de maneira alguma.
E quais seriam os nomes?
Há quem diga que para vencer o General, as outras forças precisam se abrigar embaixo de um nome de peso, como os ex-prefeitos Paulo Mac Lanche Feliz, Sâmis Jurássico da Silva, ou nome que seja uma novidade e mobilize a turma, coisa que ninguém arrisca dizer qual seria. Produzir uma “novidade” dessas é uma obra de engenharia complicada, pois segundo sabe, até mesmo os pesos pesados andam conversando com o General, que é muito ligeiro na arte de fazer amizades.
Sâmis jurássico?
Calma isso tem explicação. Nos tempos do Dobrandino no governo, havia uma série de Tv que fazia o maior sucesso e se chamava “Família Dinossauro”. Dino era o pai, e, também a maneira como os mais chegados chamavam o ex-prefeito. Na animação, o filho caçula era o simpático Babysauro. O tempo passou e as figuras foram se associando aos Silva, tanto que em campanha, Sâmis adotou o Baby como imagem entre os correligionários. Isso foi uma arte dos saudosos Salvador Ramos e Hugo Galeano. No dia da votação, os eleitores percorriam as urnas com botons do dinossaurinho e a Justiça nada podia fazer, pois foi pega de surpresa. Essa associação e a militância por traz dela, acabaram elegendo Sâmis e com certa folga perante os demais concorrentes.
Frentona?
Pronunciar essa palavra faz algumas pessoas arrepiarem o cangote. Todas as tentativas anteriores foram convertidas em tabuleiro de xadrez, encarado apenas por quem possui paciência. Se dizem que o PT é um local difícil de fazer política, nos eventos da tal “frentona” isso era multiplicado por 20! Não é um ambiente fácil e cômodo. O esporte da rasteira é de alto padrão.
Turismo
Que boa notícia! Mais de 33 mil pessoas visitaram o Parque Nacional do Iguaçu no feriadão da Independência! E a expectativa rondava os 25 mil visitantes. Havia muitos estrangeiros babando ao contemplarem a beleza das Cataratas, mas eles também se espalharam pela cidade, com evidência aos botecos na região central. De uns tempos para cá é bonito de ver essa gente toda deixando um dinheirinho verde no comércio, restaurantes e bares.
Seo Domenico De Masi
Muitos iguaçuenses sentiram a morte do sociólogo e escritor, no último sábado. Ele fez muitas amizades no Brasil, a começar no Paraná e Santa Catarina. Visitou Foz por várias ocasiões. Tornou-se amigo do ex-prefeito Paulo Mac Donald, que o visitou na Itália, por mais de uma vez. De Masi formulou o conceito do “ócio criativo”, onde o tempo livre não é algo negativo e pode estimular a criatividade pessoal. O Corvo é um adepto e dos convictos!