Atuação de profissionais de educação física na saúde pública é debatida na Câmara
Em uma iniciativa da vereadora Anice Gazzaoui (PL), a Câmara Municipal realizou, audiência pública com objetivo de debater sobre a inclusão dos profissionais de Educação Física no atendimento primário da rede municipal de saúde. Nas deliberações, a vereadora anunciou que vai destinar R$ 200 mil em emendas impositivas para ajudar na implantação do serviço a partir do ano que vem. A prefeitura alegou limitação orçamentária, mas assumiu o compromisso de buscar verbas por meio do plano nacional do Ministério da Saúde.
Reconhecida pela Classificação Brasileira de Ocupações (CBO), os profissionais contribuem na promoção da saúde mediante a avaliação, prescrição e orientação de atividades físicas e práticas corporais, e de lazer na prevenção primária, secundária e terciária do SUS e setor privado.
Ampla participação
Estiveram presentes na audiência várias autoridades, dentre elas, Prefeito de Santa Helena e Presidente do Conselho dos Municípios Lindeiros ao Lago de Itaipu, Evandro Miguel Grade; Secretária Municipal de Saúde de Foz do Iguaçu, Rose Meri da Rosa; Secretário Municipal de Esporte e Lazer, Antonio Aparecido Sapia;
Presidente do Conselho Regional de Educação Física da 9ª Região do estado do paraná – Crefi, Gustavo Chaves Brandão; Coordenador do programa de saúde pública em região de fronteira, Dr. Helder Ferreira; Chefe da divisão de Vigilância e Saúde, Jaqueline Molossi;
A especialista em fisiologia do exercício e em atividades física de saúde pública, Juliana Ribeiro Falcão Cavalcanti; Coach de carreira na área de desenvolvimento pessoal e emagrecimento, Douglas Nunes; Orientador de mestrado e profissional de educação física, Dr. Lucinar Jupir Fomer Flores;
Também fizeram parte da mesa Alisson Diego, Profissional de educação física; Professora aposentada de educação física, Lucia Jarchel Bonato; Delegada do CRFFI, Maria Aparecida; Advogado do CRFFI, Marcelo Augusto Fontes; conselheiro do CRFFI, Marcelo Guimarães; vereador Kalito Stoeck e o presidente da Câmara, João Morales, que abriu os trabalhos.
A vereadora Anice reforçou que dentro dos encaminhamentos, ela decidiu pela destinação de uma emenda de R$ 200 mil para ajudar no projeto. “A prefeitura buscará outras fontes, principalmente no Ministério da Saúde para que no próximo ano tenhamos implantação e depois disso ir ampliando de acordo com a disponibilidade financeira”, comentou.
Importância da atividade física e prevenção
Em unanimidade, todas as autoridades defenderam e ressaltaram a importância da atividade física como prevenção na saúde pública. O professor Douglas Nunes, Coach de carreira na área de desenvolvimento pessoal e emagrecimento, declarou que todas as pessoas precisam e merecem um atendimento de qualidade.
“A inatividade física representa em torno de 30% do custo que o município tem em relação a diabetes. Se pensarmos no número, a cada mil reais que o município gasta com o diabetes, se formos pensar nisso durante um ano, 4, 5, 10 anos o investimento em exercício físico acaba trazendo uma economia para o município”, raciocinou Douglas.
A professora Juliana Ribeiro Falcão Cavalcanti, destacou: “É através do cuidado individual que a gente consegue atingir a saúde coletiva em que todos tenham acesso às práticas corporais e à saúde”.
Problema grave de saúde pública
O presidente do CREFI, Gustavo Chaves Brandão, ressaltou a importância da audiência sobre a atenção primária na saúde e reforçou que não são todas as pessoas que têm a possibilidade de contratar o serviço de um profissional de educação física.
“A gente tem de dar condições para essas pessoas por uma necessidade, saúde e também por conta da economia que a gente pode gerar. A população está envelhecendo, tem crianças com diabetes, com obesidade, com hipertensão arterial. Temos um problema de saúde muito sério e precisamos intervir junto com os profissionais de educação física”, apontou.
Recursos podem vir do Ministério da Saúde
Mostrando o ponto de vista do Governo de Foz do Iguaçu, a chefe da divisão de saúde, Jaqueline Molossi e a secretária municipal de saúde, Rose Meri da Rosa falaram das dificuldades devido às limitações orçamentárias. “Acredito que incluindo os profissionais de educação física junto com os outros profissionais vai ser maravilhoso com resultado muito positivo, mas compartilho das dificuldades que a gente tem de realizar aquilo que é necessário”, esclarece Jaqueline Molossi.
A secretária Rose anunciou que a prefeitura tem planejamento de iniciar atividades de educação física na saúde a partir do ano que vem. “Para tanto, estamos tentando habilitar no Ministério da Saúde as nossas cinco equipes multiprofissionais. Com essas habilitações teremos um aporte financeiro necessário porque até então todas as equipes são custeadas com recursos próprios da prefeitura”, informou.
- DC CMFI / Foto: Christian Rizzi