No Bico do Corvo
Mulheres Latino-Americanas
Janja Lula da Silva disse no 1º Encontro de Integração de Mulheres Latino-Americanas: “não é mais possível que as mulheres sofram violência política”, lembrando o assassinato de Marielle Franco “calada por representar as mulheres no parlamento”. A vereadora foi lembrada com aplausos. Janja tem mesmo razão, só ampliando a presença feminina nas casas de Leis, prefeituras e governos, é que garantirão os direitos, por meio do voto e ações deliberativas.
Nas redes
A primeira-dama tocou num ponto importantíssimo, de como as coisas acontecem nas redes sociais e de que forma são usadas para minimizar, aviltar e ofender as mulheres. Trata-se de uma covardia eletrônica sem precedentes e que requer medias urgentíssimas. Mulher alguma escapa, nem mesmo as narradoras de futebol, ou pessoas que exercem papéis antes predominados por homens. “O que acontece hoje é inaceitável. É sobre isso que a gente precisa dialogar”, explicou Janja. Eventos como o realizado em Foz, podem amplificar a causa das mulheres.
Representação internacional
O encontro discutiu muito a igualdade salarial entre homens e mulheres e a implementação legal, um desafio até mesmo para o governo. O Corvo, no fim das contas, acabou participando do evento e em algum ligar entendeu que as primeiras damas do Mercosul estão bem empenhadas em debater as garantias das mulheres. A primeira-dama da Argentina, Fabíola Yáñez, ressaltou que seu país é bem reconhecido pelos avanços, lembrando a criação do Ministério para Mulheres, Gênero e Diversidade em 2019. Mesmo não comparecendo, em razão de uma crise de asma, a primeira-dama do Paraguai, Silvana Abdo enviou mensagem. Nela, a Silvana Abdo lembrando avanços nos últimos 20 anos e demonstrou preocupação com a onda de feminicídios (o país registrou 48 casos em seis meses) e os movimentos antifeministas, como os extrema-direita que inspiram retrocessos. retrocessos nas conquistas alcançadas pelas mulheres”, escreveu.
Acordos
O evento encheu ainda mais a bola de Itaipu, que “chegou-chegando” com a nova diretoria. Ponto para o Enio Verri e parceiros. A Binacional e o FPTI anunciaram compromissos importantes focados nas mulheres, como o protocolo para a construção da “Casa da Mulher Brasileira em Foz do Iguaçu”, para abrigar vítimas de violência, fornecendo inclusive ajuda em capacitação. Aí alguém pergunta: mas como é isso? Muitas mulheres estão longe de conquistar a independência, pelo simples fato de serem escravizadas física e psicologicamente pelos maridos, e isso possui também uma coloração cultural, no sentido em que a “mulher deve se ater aos deveres domésticos, cuidar dos filhos, da louça e roupa. Puxa vida? Foi anunciado ainda, o aumento da contribuição da Itaipu Binacional para a reforma da Delegacia da Mulher e do Turista em Foz do Iguaçu. O valor passou de R$ 2,9 milhões para R$ 3,5 milhões. Bom, o Corvo faz por sua conta uma reparação: não se trata de uma reforma e sim a construção de um novo edifício que abrigará também, o Instituto de Identificação. A não ser mudaram o destino da obra, bastante avançada, no Boicy, onde estava a antiga sede da Guarda Municipal. Tudo o que havia em cima do terreno foi retirado, então não dá para falar em “reforma”. Só se for reforma institucional.
Ano que vem
A empreitada não para. Janja articula um grande evento para o primeiro semestre de 2014, um grande encontro de mulheres parlamentares da América Latina e do Caribe; tomara consigam manter Foz do Iguaçu na agenda, afinal, geograficamente atende a todas as distâncias.
Registro
Muitas autoridades femininas compareceram ao evento e em todos os escalões. Sem deixar algumas pessoas de fora, o Corvo destacaria a presença da ministra da Gestão e Inovação, Esther Dweck, a presidente do Banco do Brasil, Tarciana Medeiros, a representante nacional de Programas da ONU Mulheres Brasil, Ana Carolina Querino e da deputada federal Gleisi Hoffmann.
Velhas amizades
Algo interessante foi o encontro das boas e velhas amizades; de pessoas que trabalharam ou estiveram juntas em várias oportunidades e de “acharam” em Foz, por meio do evento. Um exemplo foi o abraço que Maristela Viana e Mirtha Baez deram na primeira-dama Janja, relembrando bons e memoráveis tempos.
Lula vai matar no peito
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva deixou o setor político meio desconcertado ao afirmar que “o Centrão não existe”. Ele atuará em seu conhecido estilo de lidar individualmente e só assim definirá suas participações no governo. Tomara sobre tempo para governar, porque a lista de partidos é infinda. O Corvo fez um teste com vários políticos e nenhum sou dizer de cabe quantos partidos atuam no país e quais são eles. Bom, o Lula deve guardar um papelzinho igual lista de mercado, no bolso, com a relação dos partidos.
Mito ou verdade
Isso sobre a “lista de mercado” parece que possui fundamento. Mês passado, durante uma reunião, os participantes falavam em partido daqui, dali, acolá e do nada, Lula tirou um papel do bolso, onde estavam relacionadas todas as agremiações. Alguém estranhou e ele, percebendo, disse: desculpem é que a Janja pediu para eu passar no mercado e levar umas coisas para o almoço, e, estou conferindo aqui, para não esquecer. Muitos acreditaram. Lula sempre fez listinhas antes de ir ao mercado. É uma maneira de não levar bronca ao chegar em casa, esquecendo algum item.
Centrão não existe?
Lula foi taxativo: “Eu não quero conversar com o Centrão enquanto organização, eu quero conversar com o PP, com o Republicanos, com o PSD, com o União Brasil, é assim que a gente conversa”. “Em todo o mundo governos democráticos fazem acordos partidários… pois há muita boa vontade de fazer as coisas acontecerem, e assim, todos tem o direito de pedir participação no governo”. Disse.
E eleito do Paraguai
Santiago Peña disse que tentará promover a exportação de bens e tecnologia. Para isso, ele aposta em maior integração com o Brasil, pois os dois países estão “destinados como principais sócios comerciais”, além de aliados. Nossa, que novidade. Só cantaram isso para ele?
Paraguai vai ao Brasil
“O Paraguai precisa ir até o Brasil e falar das oportunidades”. Oras, é fácil, basta atravessar a Ponte da Amizade ou caminhar pela obra até chegar à Ponte da Integração. O Brasil está logo alí, depois do Paranazão. Na verdade Peña se refere ao fato de não ser tão conhecido por grande parte dos empresários brasileiros. Aqui vai um consolo: seus antecessores também não eram. Marito Abdo chegou a caminhar horas pelo calçadão de Copacabana e não apareceu nem paraguaio pedindo selfie.
De olho
O que muita gente espera é pelos sinais de comportamento do jovem presidente. Ele tem cara de piazão, embora os 44 anos. Em maio, Peña disse que o Paraguai pretende discutir “não só as bases financeiras do Tratado de Itaipu, mas todo o documento”. Ele vive repetindo que há o objetivo de usar a energia da hidrelétrica para forçar o desenvolvimento do país. Segundo uma fonte, o Paraguai está aperfeiçoando um modelo de atrair grandes indústrias dando energia de graça por vários períodos, dependendo o número de empregados. Parece que ele encontrou em algum lugar o discurso do falecido Lino Oviedo.
Protetora Carol
A vereadora articulou uma “excursão” de empresários do Distrito Industrial de Foz até a mesa do secretário de Indústria e Comércio, Ricardo Barros. Falaram sobre a lei de incentivo às indústrias e o povo anda coçando a cabeça com os processos judiciais de desocupação dos terrenos. A empreitada é nobre, mas a vereadora parece não saber muitos detalhes, a começar por gente que desviava a função faz um tempão, mesmo depois de encostar o umbigo no balcão do MP e assinar a famosa TAC, ou Termo de Ajuste de Conduta. Pensa, hoje quem quiser se instalar no distrito, de cara vai precisar assinar um documento de conduta, tasmanho o imbróglio. É difícil.
Revisão
As intenções da Carol são as mais relevadas, mas a situação dos empresários é complicada, há caminhões de plantão para fazer o despejo. Chove sentenças e será bem difícil o governo do Estado mudar o panorama. Há quem defenda uma levantamento imediato de todas as ocupações do Distrito, demonstrando quais os postos de trabalho efetivos, o que é produzido lá e tudo o mais. A população merece saber a verdade, pois fazem anos que só escuta coisa ruim do local, onde despejaram muita grana pública. Há quem inclusive tenha usado terreno para abrigar pensão, ou sublocação.
Ricardão diz que resolve
O Ricardo Barros está analisando caso a caso e se calça nos precedentes de outros municípios, onde havia a judicialização e conseguiram reverter a situação. Ele sabe que é obrigação do MP devolver as áreas patrimônio público, sob pena de prevaricação. O mesmo ocorre com os prefeitos que movem as ações, quando as exigências não são atendidas pelas empresas dentro dos prazos legais. Os que não adotarem providências vão responder no TCE e colocam a vida pública em risco.
Outra Audiência Pública
A Câmara de Foz definirá quando acontecerá uma nova audiência pública sobre o Distrito Industrial. Disseram ao Corvo que as chances de flexibilização não ultrapassam o “zero”, então isso é perda de tempo, até mesmo alterando a Lei. Mesmo que os vereadores estejam cheios de vontade, como é o caso do Márcio Rosa, sabem que o assunto é pedreira. E pensando bem, quantas coisas e bons negócios um distrito poderia prover em cidade com tantas áreas de atuação, como a hotelaria, construção civil, comércio; há espaço para produtos dos mais diversos.
O pulo da bolsa
O povo cobra o Corvo nas questões que envolvem a economia. O que acontece é que impulsionada por promessas de estímulo na China e pela queda na prévia da inflação oficial, a bolsa teve o quarto dia seguido de alta e atingiu o maior nível em quase dois anos. O dólar acabou subindo com investidores aproveitando os preços baixos para comprar a moeda. A bolsa brasileira está no maior nível desde 11 de agosto de 2021. O dólar comercial fechou esta terça vendido a R$ 4,75, com alta de R$ 0,017 (+0,36%). Um dia depois de chegar ao menor nível em 15 meses, a divisa atraiu o interesse dos compradores, o que elevou a cotação. Na máxima do dia, por volta das 10h10, a moeda chegou a R$ 4,76. Em julho, a divisa caiu 0,84%. Em 2023, o dólar acumula queda de 10,04%.