No Bico do Corvo

Otimismo

Os setores desenvolvimentistas se mostravam afoitos com perspectivas e elas estão aos poucos se concretizando como a primeira queda de preços em nove meses. O IPCA teve uma queda notável, a maior para o mês de junho desde 2017; a alta acumulada em 12 meses desacelerou 3,16% no índice oficial da inflação.

 

Pressão

O presidente Lula continua a queda de braço com Campos Neto e em live, disse que ele é “tinhoso”. Taí um assunto delicado, a briga para reduzir a taxa de juros, uma das maiores no planeta. Os economistas se dividem, mas boa maioria acredita que a situação poderia sim, ser revista pelo Banco Central. Ser “tinhoso” pode ser interpretado como elogio pelo presidente do BC. Vovô se revira na tumba. Se bem que Roberto Campos Neto é bem diferente do avô, em tudo, garantem figuras históricas. Delfin Neto disse: “não há política monetária que conserte uma política fiscal desarrumada”.

 

“Puxadinho”

Em discurso estridente, o presidente da Câmara João Morales disse que o Legislativo “não é um puxadinho da prefeitura”, e não é mesmo, mas se os poderes não sintonizarem, sobrará para a população. Com entendimentos, legisladores e administradores podem erguer uma casa bem bonita. É o que todos esperam.

 

Independência

A fala do João é sobre independência e em verdade os poderes são soberanos. Então vejamos: se a Câmara exercer um bom papel, cumprindo as suas prerrogativas, fiscalizando e criando Leis, a prefeitura anda e areja o ambiente. Nosso sistema é calçado nos pilares da legislação, administração e justiça. E bola pra frente! As encrencas acontecem quando uma das partes emperra.

 

Nebulosa

Ninguém é capaz de prever o terreno político do ano que vem. Se aparecer algum bruxo fazendo análise de bola de cristal, não acredite. Em geral acontecerá tudo ao contrário. É possível imaginar quais serão os candidatos à prefeito, mas com o andar da carruagem, ou seja, os acordos políticos, federações partidárias, influências federal e estadual, dentre outras, tudo pode mudar. O cenário pelo momento é instável. Não há um candidatíssimo.

 

Esquerda, direita e centro

Veremos um baita duelo entre extremos e o centro tentando beliscar o resultado. Será assim em todo o Brasil porque segundo os entendidos, quase nada mudou no âmbito da polarização. Enquanto há brasileiros otimistas, existe a direita raivosa e vingativa, mas que aos poucos vai perdendo figuras para o centro. Vide votações no Congresso.

 

E o segundo turno?

Parece que o resultado do Censo deu uma esfriada na empreitada pelo Segundo Turno eleitoral. Muitos entusiastas andam bicudos. No mais, há uma certa pressão pela verificação final das zonas eleitorais e há quem diga que o número baixou, no lugar de aumentar. O Corvo, como é otimista no “urtimo”, não quer dar muito crédito para esse tipo de informação, porém não é possível contrariar a matemática onde 2 + 2 ainda resulta em 4.

 

Os prós

A turma que acredita no Segundo Turno está confiante. Segundo os dados apurados recentemente, o número de eleitores é 198.500 e a contagem final deve ultrapassar a casa dos 203 a 205mil eleitores. Portanto a iniciativa deve passar raspando, mesmo depois de apuradas as virtuais baixa e acréscimos nos cartórios. A OAB, Diocese e outras entidades devem lançar campanha e para muita gente, o Segundo Turno é um fato concretizado.

 

Os contras

Em verdade a palavra correta seria “incrédulos”, uma faixa formada por políticos antigos e que se preocupam com a necessidade de repensar as estratégias. Para essa ala, é mais fácil deixar como está, além do mais, a novidade pode atrapalhar e muito nas deliberações de campanha, com sério risco de ficarem e fora, em razão da enxurrada de ideias inovadoras.

 

Os de pés no chão?

Há quem de fato acredita que o Segundo Turno pode ser “uma boa”, mas em caso de não acontecer, a vida precisa seguir. Em geral, há quem acredite que o assunto vai virar em “balde de água fria”. Mesmo assim, com a necessidade de mudar a estratégia, há quem insista em seguir adiante e lançar candidatura, mais em razão do efeito Simone Tebet, onde mais de 3% dos votos foi suficiente para beliscar ministério. Em Foz, o alvo são as secretarias.

 

Loteamento

Acreditem, circulam listas de candidatos e quem seriam os aliados, já anunciados como prováveis secretários. Puxa vida, são ovos que ainda nem foram gerados pela pata. É ruim tratar a política desse jeito. Potenciais candidatos estão se atrapalhando com essa manobra, em verdade refugando os eleitores, porque há pessoas que não são simpáticas nem se forem rebocadas com ouro.

 

Voto Jovem

Aconteceu um evento na cidade visando o lançamento da campanha “Voto Jovem”, mas quem foi, garante que “só havia velhos”. Vamos entender isso no sentido literário e não como ofensa. A verdade é que a juventude da cidade se mobiliza por pautas mais concretas, como foi a questão do passe-livre. Não estão ligando muito para a política com mais de 30 anos. Jovem quer mudança e isso, em certos aspectos, é um pavor na cabeça de muitos políticos em exercício.

 

Falando em jovens

Quem passou um apuro no dia da assinatura do Decreto do “Passe Livre” foi a turma da Secretaria de Juventude da Prefeitura. Levaram uma série de “brindes”, como camisetas, para distribuir para estudantes da Unila e Unioeste, mas ninguém quis vestir. Coube ao Prefeito colocar a camiseta e amenizar um quase fiasco.

 

Motivo

Disseram para o Corvo que o Chico ficou ressabiado, pois não sabia da cesta de brindes. Um estudante confidenciou que os movimentos de juventude da cidade não reconhecem as ações da Secretaria e ela está mais para cabide de emprego dos “jovens” ligados às igrejas e que em verdade, estão longe da militância de juventude. Existe um projeto de transformar a “secretaria” em “direção” na Fundação Cultural, mas o tema ainda não foi parar na pauta com o prefeito. “Passou o tempo dessa Secretaria ser ocupada por lideranças políticas; precisam debater a questão da juventude de forma séria e não distribuindo brinde”, alfinetou um líder da juventude, jovem, juvenil, ao Corvo.

 

Agora é a hora

Talvez seja mesmo o momento de o Prefeito levar para a Secretaria de Juventude um desses jovens que estiveram à frente do Passe Livre ou mesmo alguém escolhido por eles, se o caso é manter a estrutura funcionando. Pode ser, assim, a pasta seja revestida da moral entre os jovens que ela se propõe a representar.

 

Que coisa hein?

A juventude é o futuro, com certeza. O Corvo transita entre os movimentos e fica maravilhado com a capacidade e amadurecimentos de muitos jovens. São antenados, ligados em 220, ávidos por realizações, repletos de imaginação, é lindo de ver. No entanto, houve uma situação inusitada: um rapaz de uns 16 a 17 anos usava uma camisa roxa com a estampa do Che Guevara em contraste. Este colunista deu de perguntar: “quem é essa figura aqui?”, mais para ouvir a explicação e o moçoilo ensinou: “é o Chê, tá ligado, um cubano compositor, autor de vários poemas irados, com músicas gravadas até por duplas famosas”. Que barbaridade hein? Escola já!  Seria a descaracterização do Ernesto, uma maquinação dos radicais?

 

Não morrem de amores…

Muitas pessoas perderam o entusiasmo com o Ernesto Che Guevara, sobretudo depois que a história revelou papéis meio sinistros na biografia do sanitarista argentino, que se tornou guerrilheiro e revolucionário. Ele comandou execuções sumárias e ações muito controversas com os ensinamentos que propôs, mas isso não é a opinião deste colunista. Segundo o casal Simone de Beauvoir e Jean-Paul Sartre, Che era uma perfeição no sentido da humanidade. Ernest Hemingway também trocou elogios com o argentino, morto em emboscada na Bolívia, em 1967.

 

A falta que faz…

O PDT e o PT de Foz sentem na pele a falta de um vereador na cidade. A situação é tão dramática, ao ponto dos partidos decidiram por uma audiência pública sobre a privatização da Copel, apelando para que uma vereadora do “Centrão” convocasse o evento. Sim, há “centrão” até nas cidades e Foz não seria diferente.

 

E decidem?

A realização de uma audiência não fará cócegas em processo de privatização, mas isso serve para mostrar como anda o ânimo dos iguaçuenses em relação ao tema. E aqui entre nós, é difícil saber o que o povo pensa, levando em conta o que aparece nas faturas, todos os meses. A Copel é uma das empresas públicas mais organizadas no setor de energia e isso é um fator muito positivo para manter as coisas como estão. O caso é que as administrações modernas privatizam e fim de papo.

 

O Corvo e o clima

E chove, chove, chove até a gente virar sapo. Julho sempre é assim. Segundo o Corvo pesquisou, teremos um inverno chato, com chuvas e pouco frio. É algo até estranho de escrever, porque quando cai água, em geral, a temperatura despenca. Mas como disse Ariano Suassuna, depois que o homem foi ao espaço e mexeu nas estrelas, tudo anda mudado.

 

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