Comando da Câmara de Foz consolida a independência frente à Prefeitura
Mais diálogo com a sociedade e maior protagonismo político frente às decisões de governo do prefeito Chico Brasileiro (PSD). Em resumo, estes são os dois pilares apontados pelo vereador João Morales (União), presidente da Câmara Municipal de Foz do Iguaçu, para definir os primeiros seis meses de trabalho da atual Mesa Diretora do Legislativo iguaçuense.
Eleita em dezembro passado com o compromisso de ampliar a interlocução entre o poder público e a população da cidade, a chapa denominada “União por Foz” tem pautado o debate público com objetivo de aproximar as ações de cada um dos 15 vereadores das necessidades das pessoas que vivem no município.
“O Legislativo não é um puxadinho da Prefeitura”
Assuntos como financiamento do transporte e aumento de impostos e taxas têm sido questionados na Câmara. “É papel do vereador ser o agente político que abre portas, que escuta com atenção, que antecipa problemas e apresenta propostas. O diálogo é fundamental para construção do consenso. É com esta força que temos trabalhado. O Legislativo não é um puxadinho da Prefeitura”, enfatiza João Morales.
Para ilustrar a aproximação do Legislativo com as pautas da sociedade, o presidente destaca a proposta de aumento da taxa do Estacionamento Rotativo (Estarfi) apresentada pelo prefeito Chico Brasileiro sem a participação da Câmara ou dos setores econômicos diretamente atingidos com a medida.
“Entendemos a prerrogativa legal que o prefeito possui de aumentar taxas municipais. Porém, entendemos também que toda mudança deve ser precedida pelo diálogo. Ainda mais quando se trata de mudanças que impactam a rotina de pessoas responsáveis pela geração de emprego e renda em nossa cidade. O que fizemos foi buscar ouvir os comerciantes e sensibilizar o Executivo para que revesse o tema”, pontua o vereador.
Na sessão extraordinária do dia 27 de junho passado, foi lido em plenário um ofício da Associação Comercial e Empresarial de Foz do Iguaçu, formalizando posição contrária ao reajuste. “Esse aumento é prejudicial ao comércio e à população que realiza compras e serviços, conforme registrado pela classe empresarial, principalmente por parte dos núcleos da Avenida Brasil e Vila Portes”, consta no documento assinado pelo presidente da ACIFI Danilo Vendruscolo e Presidente do Conselho Superior, Rodiney Alamini.
João Morales considera a posição da entidade pertinente e reforçou que o entrave poderia ser evitado, caso a prática do diálogo fosse constante na gestão da Prefeitura. “O vereador, a Câmara de Vereadores, nós não podemos ser contrários à vontade da população. Enquanto parlamento, é nossa função ouvir as demandas e atuar como representantes dessas demandas junto ao Executivo. Foi isso que fizemos ao ouvirmos os comerciantes”, completou o vereador. Para tentar barrar o aumento da taxa, João Morales apresentou a proposta de um decreto legislativo que terminou arquivado após articulação da bancada governista.
Interesse comum
Sobre o impasse, o vereador Galhardo (Republicanos) afirma que Prefeitura e Câmara Municipal precisam ter clareza que a melhor forma de encontrar solução para um problema é trazer as pessoas envolvidas para dentro do debate. “E acredito que é isso que a atual gestão da Mesa Diretora tem feito, sobretudo nesta situação que trata sobre o aumento do Estarfi. Um aumento impositivo, sem a devida justificativa, certamente não será bem recebido. Seguimos em defesa do interesse comum da população de Foz, nem que para isso tenhamos que contrariar, muitas vezes, os interesses do prefeito Chico Brasileiro”, avalia.
Para o vereador Márcio Rosa (PSD), que ocupa a cadeira de 2º vice-presidente do Legislativo, a Câmara encerra o primeiro semestre de 2023 com maior protagonismo político. “Temos observado que a Câmara tem ouvido mais a população, participado mais de debates voltados ao desenvolvimento de nossa cidade. Isso nos garante mais propriedade ao defendermos os interesses daqueles que representamos. Quando destacamos uma posição contrária ao Executivo, não o fazemos por motivações pessoais, mas por estarmos ao lado das pessoas que buscam, no nosso trabalho, uma forma de se posicionar sobre o que é bom ou ruim para Foz do Iguaçu”, afirma.
Independência entre os poderes
Apoiador da chapa eleita para compor a atual Mesa Diretora, o vereador Cabo Cassol (Podemos) afirma estar satisfeito com o trabalho desempenhado. “Entendemos que estamos levando à risca o papel de independência entre os poderes. Nem sempre a vontade do prefeito representa o melhor para a cidade. Este aumento abusivo do Estarfi é um exemplo disso. Nossa função é legislar e fiscalizar, e assim seguiremos”, finaliza.
Além de João Morales como presidente e Márcio Rosa como 2º vice-presidente, a atual Mesa Diretora da Câmara Municipal conta Rogério Quadros (PTB) como 1º vice-presidente; Jairo Cardoso (União Brasil) 1° secretário e Protetora Carol (PP) 2ª secretária.
- Da assessoria / Foto: Christian Rizzi/CMFI