No Bico do Corvo

 

Nova versão

Prezado Corvo, gostei muito da sua abordagem sobre o andamento dos trabalhos na Câmara de Foz. Penso que isso seria o suficiente para os leitores, que também são eleitores, avaliarem como os nossos combativos vereadores atendem a população.

Eleodoro M. G. Maia

 

O Corvo responde: prezado, obrigado pela leitura e considerações. O trabalho legislativo precisa ser valorizado, porque nem todos os vereadores pensam apenas em política e em suas carreiras. Há os que se preocupam com o bem-estar da população e realizam um trabalho eficiente de fiscalização dos atos executivos, bem como as necessidades comunitárias. O Corvo fará hoje mais alguns apontamentos sobre a sessão de ontem, porém, sem saber o resultado dos debates, porque a coluna fechou antes.

 

A Câmara de Foz ontem, 27/06

Os vereadores começaram a trabalhar cedo, por volta das 9h; a pauta continha três projetos para a votação e um novo foi apresentado; fora isso os vereadores apreciaram quatro requerimentos e cerca de 30 indicações. A sessão foi de caráter extraordinário.

 

Os destaques

E na sessão extraordinária, foi lido em plenário o ofício da Associação Comercial e Empresarial de Foz do Iguaçu, formalizando a sua posição contrária ao reajuste no valor do Estacionamento Rotativo de Foz do Iguaçu (Estarfi). Como o Corvo já transcreveu, a entidade considera que “esse aumento é prejudicial ao comércio e à população que realiza compras e serviços, conforme registrado pela classe empresarial, principalmente por parte dos núcleos da Avenida Brasil e Vila Portes”, conforme o documento assinado pelo presidente da Acifi Danilo Vendruscolo e o Presidente do Conselho Superior, Rodiney Alamini.

 

Peso

A Acifi fala alto e grosso porque representa mais de 2,2 associados, empresas que envergam um faturamento de R$ 7 bilhões/ano e mantém 18 mil trabalhadores. A entidade requer a suspensão do reajuste para que pelo menos, seja “reavaliado com a diretoria, órgãos colegiados e núcleos sempre prontos ao diálogo para a busca conjunta de soluções”. Taí um assunto que anda mexendo com toda a população.

 

Câmara solidária

Várias alternativas estão surgindo para ajudar no transporte dos estudantes, sem que se necessite sangrar mais o bolso dos contribuintes, como é o caso de aumentarem o valor nos “tragamonedas” de estacionamento. O Poder Legislativo inclusive, solicitou para a prefeitura estudar o Orçamento com a finalidade de facilitar esse atendimento aos estudantes, aceitando um valor menor de repasse, desde que o restante ajude no transporte. A atitude foi elogiada em todos os quadrantes citadinos.

 

O novo imbróglio

Este colunista já gastou espaço na coluna de ontem, mas vale a pena repetir, que a Câmara Municipal de Foz recebeu, na sexta-feira (23), um pedido de abertura de investigação sobre suposta infração político-administrativa do vice-prefeito Francisco Robson Vidal Sampaio. Havia certa ansiedade pela leitura do documento na sessão desta terça-feira. No mesmo ato colocaram em votação. O plenário decidiu não aceitar. Bateu na trave, como o Corvo antecipou.

 

Nos velhos tempos

Houve uma época em que não havia veículos na prefeitura e sim carroças puxadas por burros e cavalos. Como não existiam semáforos e nem lombadas, as charretes andavam bem devagar, os vice-prefeitos não corriam o risco de encarar a mesma saia justa do Delegado Sampaio. Provavelmente nas futuras administrações pensem mais nos veículos que devem incorporar a frota e de que maneira poderão ser usados pelos agentes públicos. Há lugares em que as frotas são manejadas apenas por motoristas; eles é que preenchem os formulários, abastecem, ficam de olho na manutenção e respondem por irregularidades no trânsito. Já foi inclusive assim em algum momento em Foz.

 

Tem que averiguar

Qualquer cidadão devidamente identificado pode reclamar de supostas anomalias ou irregularidades na coisa pública e é uma obrigação dos vereadores investigarem, sob risco de prevaricação. Dependendo, o assunto avança, e, o agente público pode sim ser afastado das funções. O Código de Postura, que é a Constituição Municipal, prevê sanções contra servidores concursados e nomeados.

 

Associação dos Bombeiros

Após um pedido de adiamento, o projeto do vereador Kalito Stoeckl que declara de utilidade pública a Associação dos Bombeiros de Foz do Iguaçu foi votado na sessão extraordinária de ontem. Agora a entidade está praticamente credenciada para parcerias com o Poder Público. O fato é que a associação realiza várias atividades de apoio social.

 

Combate à violência e à discriminação

O projeto é do vereador Ney Patrício (PSD) e torna obrigatório o Poder Executivo realizar campanhas de conscientização sobre combate à violência e à discriminação contra mulheres, crianças, adolescentes, idosos, pessoas com deficiência e de diversidade sexual ou de gênero. A proposta prevê que as campanhas sejam direcionadas aos condomínios residenciais e comerciais de Foz do Iguaçu. Bom, tudo isso é questão de comportamento e se a sociedade fosse mais justa e atenta, vereadores não precisariam pedir por campanhas.

 

O prefeito e o Sismufi

A prefeitura enviou à Câmara o Projeto de Lei Complementar aumentando de 40% para 60% o percentual da margem salarial consignável aos servidores públicos municipais. Em verdade o Chico Brasileiro atende a uma solicitação do Sindicato dos Servidores Públicos Municipais de Foz do Iguaçu – SISMUFI. Há também novidades como é o caso do cartão de benefício consignado, com crédito e taxas abaixo do mercado; compras sem juros e ausência de anuidades, além de auxílio funeral, seguro de vida e descontos no comércio em geral. Chico e servidor, logo sabe a diferença que o auxílio causa.

 

Lei da Reforma da Previdência

Os vereadores votaram o segundo turno nas alterações da Lei do Fozprev. O Poder Executivo justificou as adequações necessárias em razão das emendas que foram realizadas por ocasião da Reforma da Previdência e o veto em um dos artigos. “A ideia é que haja simetria entre as alterações promovidas e as garantias legais de aplicabilidade”. Assim reinará a paz entre os servidores e gestores, só não se sabe até quando. Mas no geral, a relação pode ser considerada boa entre o Chico e os colaboradores concursados; eles não engolem uns e outros, mas convivem até que harmoniosamente.

 

Show de bola

A equipe de produção responsável pelo programa da Eliane, do SBT passou uma semana em Foz preparando um especial e a transmissão foi sucesso total. Em matéria de audiência só perdeu para a Globo, mas pontuou bem acima em algumas localidades, graças à simpatia e carinho, com os quais a cidade foi tratada. A apresentadora veio a convite do Visit Iguassu. Foram quase duas horas mostrando os atrativos e pontos pitorescos; isso faz uma diferença enorme no consumidor final, ou seja, pessoas que morrem de vontade de visitar a cidade e só falta aquele empurrãozinho. Eliana deu o empurrãozinho.

 

Avaliação

O Corvo assistiu uma parte do programa, mas aguarda o SBT baixar no Youtube para espalhar o link, assim quem preferiu ver o jogo de futebil, terá chance de reverenciar o belo trabalho televisivo e também a iniciativa do Visit, muito inteligente e técnica, diga-se. Aqui vai um abração para os colaboradores e diretores da entidade!

 

Seo Felipe em São Paulo

Falar em Visit, Felipe Gonzales fez questão de prestigiar o boom da CVC na Bolsa de Valores, uma vez que a operadora realiza muitos negócios em favor de Foz do Iguaçu e seus atrativos. A família Paulus retomou o leme da megaempresa e arquiteta uma séria de ações revolucionárias. A CVC é responsável por uma parcela significativa de visitantes, por meio de seus pacotes e divulgação do destino. Aqui vai um abração ao Cidadão Honorário Guilherme Paulus!

 

Gersinho, triste partida

Recebi com imensa tristeza e francamente, ainda estou tentado assimilar a nota sobre o falecimento do meu querido amigo Miguel Gerson Aires dos Santos, pessoa íntegra e honrada. A cidade está comovida e mesmo em circunstâncias assim, relato-o como bem gostaria de ser lembrado, com alegria, bom humor, profundo senso de fraternidade e, logo, um profundo conhecedor da arte de “guardar livros”; assim chamavam os contadores antigamente. Diga-se a família do Gerson era especializada na função, a começar pelo saudoso Joás; os irmãos (não esquecendo o Jairo) criaram a marca “Delta” em Foz do Iguaçu, diga-se um conceito de atendimento que foi herdado pelos filhos, e me vem à mente, de imediato, o querido Alexei, uma figura inseparável do pai.

Gerson além do mais era um bom gaúcho, de bombacha e “chapéu dobrado, de beijar a santa na parede”; para falar a verdade, um amigo de todas as horas, dos botecos às missas, eventos beneméritos; muito solidário, profissional de gabarito, o tipo de pessoa que transmitia segurança. Lembro quando chegava com o seu jeep, aos sábados pela manhã, na antiga Garganta do Diabo, que depois de muitas deliberações mudou de nome e copiou o “Boca Maldita”. Ao volante estava sempre o Alexei que mal alcançava os pedais. Vai ver ele esticou de tanto exercitar a vontade de dirigir a relíquia da família. Gerson dizia: “Alexei sonha com o amanhecer do sábado, acorda e vai limpar o jeep”.

Gerson era um homem de memória incrível. De longe ele avistava os amigos e dizia o número do CPF, brincando. Fazia isso o tempo todo. Foi o contador das minhas empreitadas jornalísticas, carinhosamente apelidadas por ele como “aventuras”. E eram mesmo. Bastava uma visita a seu escritório e ele de pronto dizia: “bah, lá vem o “tchê Rogério Bonato… CPF 854.129… e pelo jeito do passo vem abrir outro jornal…” e claro, ríamos muito.

Em tudo o que eu me propunha a fazer nessa vida das artes e letras, pensava antes em consultar o Gersinho, Laiz e mais tarde o Alexei… puxa vida, como esta palavra “vida” às vezes nos surpreende com o antônimo, o que odeio escrever. E vamos ficando sozinhos, alimentados pelas lembranças felizes, porque toda a vez que lembro o Miguel Gerson, não consigo outro sentimento que não seja a felicidade e em tê-lo como amigo. Aqui vai o meu abraço fraterno à esposa, filhos e netos.

Rogério Romano Bonato

 

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