No bico do Corvo

Lá vem a discussão

As tratativas pelo Anexo C já roubam o sono de muita gente e olhando para isso, o Corvo deu uma avaliada no painel energético, com a ajuda de técnicos e pessoas que entendem muito do setor. Daqui m diante caspa vai estourar igual pipoca na cabeça das pessoas envolvidas na discussão. Precisarão de conhecimento e antes, diplomacia. O detalhe é saber dosar essas duas vertentes.

 

Vitória pírrica

Alguns economistas e técnicos envolvidos com o setor elétrico estão dizendo que acordo com os paraguaios sobre a tarifa de Itaipu para este ano, alcançado pelo novo diretor-geral brasileiro, Enio Verri, pode ter sido uma “vitória de Pirro”. Falam isso não apenas porque encareceu a energia para o consumidor brasileiro, mas porque situou o custo do que é produzido pela binacional acima dos preços praticados pelo mercado livre. Ou seja, sem a obrigatoriedade legal de comprar cotas da energia de Itaipu – por força da Lei no. 5.899, de 1973 – as distribuidoras das regiões Sul, Sudeste e Centro-oeste não estariam dispostas a pagar muito mais caro do que a energia que está sendo ofertada no mercado livre.

 

Repasse

De fato, segundo informações, a tarifa de repasse da energia produzida pela Usina Hidrelétrica de Itaipu para 2023 foi fixada pela ANEEL (Agência Brasileira de Energia Elétrica) em US$ 20,23 por KW. Convertida em reais, a tarifa alcançaria cerca de R$ 100,00 por kW, quase o dobro do valor praticado pelo mercado livre.

 

Batata quente

As distribuidoras cotistas que recebem a energia da usina repassam os custos aos consumidores finais, a maioria deles residenciais. O caso é que não há consenso entre os especialistas, mas muitos defendem que com o fim da dívida de Itaipu, a Lei 5.899/1973 perdeu a sua eficácia, não fazendo mais nenhum sentido obrigar as companhias distribuidoras a comprar uma energia mais cara. Esta é a batata que está assando e que Enio Verri terá que esfriar para depois descascar. Bom, dizem que ele descascará a solanácea independentemente da temperatura. Até na brasa se for o caso.

 

Mais atenção

O fato é que muita gente que literalmente mama na Itaipu acaba navegando em maionese, acreditando que tudo vai bem e coisa e tal. Isso não é verdade e a desatenção pode custar caro. O fato é que a vaca está secando e pode parar de dar leite muito antes do que se espera. Enio já sabe disso e pode sacudir o rebanho.

 

Vamos fazer as contas

O câmbio abaixo de R$ 4,90 pode ser uma boa e uma má notícia para Itaipu. Vamos primeiro à boa: com a taxa de câmbio de R$ 4,89 registrado no fina da semana passada (09/06), a tarifa de repasse de Itaipu às distribuidoras caiu para R$ 98,92, situando-se abaixo de R$ 100,00, algo que não acontecia desde que a ANEEL fixou o valor para o atual exercício. Agora a má notícia: como o orçamento de Itaipu é dolarizado, a valorização do real significa menos receita para tocar as obras não concluídas e deslanchar os projetos socioambientais prometidos por Verri.

 

Caixa baixo

Com menos dinheiro em caixa, Enio terá que respirar fundo e administrar a procissão diária de prefeitos e vereadores de todo Estado que se formou desde que ele anunciou que ampliaria a área de atuação de Itaipu para incluir todos os 399 municípios do Paraná. Mesmo com a gordura de cerca de R$ 1 bilhão, embutida nas despesas de exploração, a conta não vai fechar se o câmbio continuar deprimido. É uma barbaridade hein seo Enio?

 

E o pior…

Há vereadores que saem de reunião com o DGB prometendo pontes nos bairros, parques ambientais até debaixo da terra, ajuda para isso, aquilo, coisas que segundo se sabe, jamais foram tratadas ou prometidas. Ser simpático, benevolente e sem dizer o “não”, pode acabar custando caro.

 

Passivos ambientais

Nossa beleza é cansada de saber, que o Oeste do Paraná tem na agricultura e agroindústria a sua principal vocação econômica; é uma das microrregiões mais produtivas do Estado e do País. Essa alta produtividade gera um volume correspondente de resíduos e dejetos das atividades agrícolas e agropecuárias intensivas. A biomassa, que representa um passivo ambiental, pode ser aproveitada para produção de biogás e adubação da lavoura. Há muita ignorância por parte de pessoas que simplesmente desprezam essa “riqueza”; uns chegam a pedir a transferência de criadouros de suínos e frangos para outras localidades, porque não suportam o odor. O caso é que os entendidos na produção de novas fontes de energia sentem perfume no ligar do fedor, porque o material além de lucrativo se bem utilizado, pode ajudar a devolver a vida em locais degradados.

 

Os experimentos

Experimentos bem-sucedidos apoiados por Itaipu, com o realizado na Granja Colombari, em São Miguel do Iguaçu demonstraram que o campo pode ser tornar autossuficiente em energia, com o aproveitamento da biomassa abundante na região, além de resolver este passivo ambiental que se for descuidado, pode contaminar o lençol freático, as nascentes e chegar até o Lago de Itaipu. No entanto, programas como o Renova Paraná e “jabutis” incluídos na legislação federal, criaram incentivos creditícios e fiscais para uma expansão avassaladora da instalação de painéis solares, inclusive na zona rural, o que fez com que o biogás esteja sendo deixado de lado. Uma barbaridade.

 

Correção dos rumos

É preciso rever isso urgentemente. Segundo especialistas ouvidos por esta coluna, o potencial dos biocombustíveis vai muito além da geração distribuída de energia elétrica, mediante o uso do biogás. Já existe tecnologia barata e disponível para extrair o biometano e utilizá-lo como combustível para veículos e utilitários agrícolas. Outro uso nobre do biogás é a alternativa para a queima de lenha no aquecimento das granjas durante o período de inverno. Este é um dos dilemas que precisa ser enfrentado na região: criar incentivos para o uso múltiplo do biogás. Itaipu e PTI podem desempenhar um papel fundamental. A privatização da Copel seria a pá de cal na geração distribuída, alertam os especialistas.

 

Falta lenha?

De onde se viu chegarmos a isso? Criadores estão agendando reuniões para discutir a escassez da lenha, o que para muitos é o fim do mundo. Não é. Há alternativas ambientalmente corretas e inovadoras. Basta pesquisarem ou darem ouvido às novas gerações. Um filho de agricultor foi trabalhar em propriedade de vizinho porque o pai não se abria nem para conversar sobre as novidades. Agora, olhando para os benefícios foi de joelhos chamar o rapaz. O fato é que vivemos esse choque cultural, esse encontro entre o velho e o novo. Ou mudamos ou acabaremos.

 

Barões da Pisadinha

Muita gente se esforça para entender os motivos da baixa adesão do público ao último show da Fartal. A culpa vai ficar com o frio, com a chuva, com o fato da apresentação mudar para a segunda-feira, enfim, com o local? Ou seria a população? Bom, os organizadores decerto não se considerarão os culpados. O Corvo gosta muito dos Barões, mas também não foi ver a apresentação e não sabe explicar direito a razão.

 

Fespop

Santa Terezinha de Itaipu se consolidou como centro de shows da região e, infelizmente, nossa cidade ficou para trás no quesito. Um leitor afiado da coluna chegou a dizer que “a prefeitura de Foz gastaria menos dinheiro se, no ano que vem, ao invés de fazer a Fartal, pagasse o transporte para os iguaçuenses irem no Fespop”. Que maldade… mas francamente, segundo uma fonte, mais de 70% dos frequentadores da Fespop é de iguaçuenses. Não há novidade nisso.

 

Reclamações

A pesquisa de certa maneira se confirma, se depender da cartinha de um leitor: “Puxa vida Corvo, a gente tem o maior orgulho de realizar a Fespop em nossa cidade, o problema é entrar nela. O povo de Foz chega, lota os estacionamentos, as barracas, os camarotes e a gente fica chupando o dedo”, escreveu F.L.M. Vai ver é por isso não foram ver os “Barões”, porque gastaram a grana um mês antes.

 

Mas quem foi gostou

Conversando com uma leitora, que foi à Fartal, soubemos que ela gostou muito do show, apesar do pouco público e do frio. “Já que a prefeitura sabe que nessa época sempre faz frio, por que não realizar a festa em um local mais aconchegante?”, comentou. Bom ouvir a voz do povo…

 

Zap-zap incendiando

Vários grupos têm repercutido as notas publicadas nesta coluna, mas sempre de forma individualizada, ou seja, apenas a foto de uma das notas. No entanto, para entender o todo o contexto, recomendamos que os leitores leiam a coluna inteira, de cabo à rabo. Para que as notas não se tornem longas e maçantes, o Corvo divido um mesmo assunto em várias partes. Lendo a página inteira, a curiosidade será saciada mais eficientemente.

 

Não é fofoca

Algumas pessoas citadas na coluna têm rotulado o espaço como um “difusor de fofocas”. Longe disso: trazer os bastidores da política é ajudar o leitor a entender as articulações e saber como se dá a escolha de um candidato ou o dia a dia de um partido ou ainda como andam as coisas nas instituições governamentais. Fofoca é outra coisa… Quando a pessoa é elogiada a coluna é “supimpa”, mas quando é criticada, chama o Corvo de “fofoqueiro”. Francamente… às vezes até dá vontade mesmo de fazer uma fofoca, porque muita gente só dá ouvido a isso.

 

Vai Dilto, vai…

O ex-vereador Vitorassi começou sua pré-campanha para Prefeito e espera conseguir a indicação do PT para chegar ao Palácio Cataratas. Ele tem organizado reuniões com sindicatos, sendo uma delas com os técnicos da Unila, para tratar de assuntos políticos e garantir o apoio das categorias. Parece que está dando certo: algumas reuniões já aconteceram, o que mostra adesão ao nome dele.

 

Zóio de Coelho

Dilto andou conversando não faz muito tempo com um velho amigo e concorrente. Segundo uma fonte revelou ao Corvo, houve uma preliminar entre o petista e Paulo Mac Donald Ghisi, que estaria avaliando inclusive a mudança de partido. Será que o Mac vai entrar também no PT? Aí sim vai virar Mac Lanche Feliz!

12 de junho

O secretário de Turismo, André Alliana, e o prefeito Chico Brasileiro se encontraram em um jantar na “noite dos namorados” e aproveitaram para fazer uma foto, que foi postada pelo chefe do turismo com uma legenda divertida. Teve gente se mordeu de ciúmes, e não foram as esposas.

 

 

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