No Bico do Corvo

Facões, serras e foices

Administradores públicos agem como os mágicos que serram as pessoas no circo. Dependendo não dói nada, porque o servidor logo é premiado com cargo em outra secretaria ou autarquia. Mas no caso da prefeitura de Foz não está acontecendo assim, a exoneração é algo bem pragmático. “Você teve chance e não desempenhou e por isso terá que ceder o lugar”, relatou um recém decapitado.

 

É assim mesmo…

…o Corvo publicou recentemente uma reflexão com respeito aos Cargos Comissionados, e como essas contratações acontecem em vários países. Há locais em que o presidente, governador e prefeito entra no gabinete só com a valise e olha lá. No Brasil a política muda e os bandos também; sai uma leva de nomeados e ingressa outra. Sofrem os servidores concursados, engolindo chefes que em geral, não entendem absolutamente nada do ofício. Só ganharam o posto em razão dos entendimentos partidários. É triste.

 

Ney da Segurança

O vereador Ney Patrício está abraçando a pauta da Segurança Pública e agora foi escalado para defender o tema em Curitiba. Dentre as propostas, segundo fontes, ele quer trazer uma subsede do Batalhão de Fronteira para Foz e aumentar o efetivo, além de defender mais estrutura e valorização dos policiais militares. Dentre outras, muita gente até hoje não engole a criação do batalhão lá em Santa Helena? No fim é Foz que sempre enraíza as operações. Um oficial muito graduado e hoje aposentado relata que a estratégia sempre foi combater o contrabando nas cercanias do lado de Itaipu.

 

Volante

Muitos contrabandistas, traficantes e até mesmo milicianos encaram as atividades da PM no extremo Oeste como “volante”, o jeito que chamavam a polícia nos tempos do cangaço, no nordeste. No Rio Grande do Sul é “brigada”.

 

Cartada

O Ney tem tentado se viabilizar como candidato a prefeito e é entendido como um “nome de peso” do PSD, como uma sucessão natural do atual governo, por sua relação histórica com Chico Brasileiro. Mas ainda não está certo que isso se viabilizará. Há quem faça apostas nesse sentido.

 

O Corvo explica:

Fenômenos assim estão acontecendo em todas as forças partidárias e mexe com a cabeça dos principais nomes da nossa política. Há muitas conjunturas em rumo de acontecimentos, e, como diz a música, “nada será como antes”. São muitas as perguntas: e se o General sair candidato? E se o Enio jogar pesado com Itaipu nas eleições? E se o Paulo Mac Donald, Chico Brasileiro e outros, resolverem apoiar uma dessas frentes? Ao que parece isso está no curso dos acontecimentos.

 

Ala empresarial

O Corvo soube de uma reunião de empresários cujo tema principal teria sido a adesão em massa aos propósitos do General Joaquim, tanto que boa parte já agendou conversas e deve comparecer ao evento de filiação partidária. Os grandes investidores são simpáticos ao estilo CEO… acreditam que Foz deva ser trabalhada como empresa lucrativa na área comercial e turística, gerando empregos, novos negócios e mais, como modal de comércio exterior, bem no meio dos oceanos Atlântico e Pacífico.

 

Sebo nas canelas

O General Silva e Luna marca muito bem a posição. Sua pré-candidatura anda mesmo tirando o sono e o sossego de muita gente e fez a classe política passar sebo nas canelas. Só isso já foi algo importante. A análise geral é que ele tem tudo pra vencer a eleição se não souberem articular e a cidade não lançar um nome que possa colar. Desse jeito, pode ser, até o povo da esquerda vai acabar embarcando na canoa do ex-diretor da Binacional.

 

PDT voltando à ativa

Depois de um período de baixa, o PDT de Foz quer voltar por cima e já tem um nome para disputar a prefeitura Raby Khalil. Uma fonte segura disse ele tem andando a cidade e conversado com diversos nomes para tentar viabilizar sua candidatura ou, caso não dê certo, fortalecer um grupo. Ele teria conversado com Adnan El Sayed, Gilmar Piolla, Luiz do PT, Kalito e Nilton Bobato. Todos se colocam como pré-candidatos.

 

Surfando

Depois que a FozTrans anunciou o aumento no ESTARFI, alguns vereadores correram para tentar capitalizar: João Morales e Márcio Rosa se posicionaram contrários e resolveram encampar o tema. A onda pode ser gigante, porque o estacionamento é um pepino para uns e alívio para outros. É louvável a atitude dos dois! Mas a Câmara de Foz tem uma tradição de acabar em cima do muro em assuntos assim, espinhentos. Vamos ver como isso vai terminar. Tem muita gente de olho.

 

No jogo

Pelo visto, o ex-vereador Fernando Duso voltou mesmo à política. Depois de assumir uma assessoria no mandato do Deputado Federal Welter, Duso assumiu também a coordenação do Grupo de Trabalho Eleitoral (GTE) do PT, que será responsável por montar a “nominata da chapa de vereadores” do Partido para as eleições do ano que vem. Claro que ele não tem super poderes e seu trabalho será avalizado pelo Diretório, mas terá um papel fundamental na volta do PT à Câmara Municipal.

 

Terra arrasada

Depois de duas eleições fora da Câmara, o PT sonha em eleger pelo menos dois vereadores. Mas, para isso, segundo interlocutores, terá que melhorar sua gestão interna. A atual presidente, Maristela Viana, tem enfrentado dificuldades em conduzir o partido. Ela, que atualmente está lotada no PTI, acaba sem tempo para as articulações políticas. E o tempo é curto e é tudo em se tratando de PT…

 

A nossa Wilma

Sei dizer que de uns tempos para cá, tenho um certo receio em receber mensagens de amigos, porque em geral elas são ruins, relatando tristezas, despedidas, arrependimentos, enfim, o curso da vida. Há também coisas boas, nascimento de netos, etapas cumpridas, as sonhadas aposentadorias, sonhos realizados, mas a morte, como aprendemos, é inevitável, nos choca e não sabemos lidar com esse irremediável destino. Quando um amigo se vai, leva um pouco de nós.

Fiquei sabendo do falecimento de Wilma Macedo, jornalista e amiga, pelos compartilhamentos nas redes sociais, em mensagem de dor e despedida da filha Anna Rebeca.

Posso afirmar que sou diretamente responsável pela chegada de Wilma em Foz do Iguaçu e sinto um bem danado em relação a isso, porque ela foi um presente para todos nós e os que conviveram esses 36 anos com a sua sensatez, paciência, dedicação e profissionalismo.  Em 1987, juntamente com a Letízia e Anibal Abbate Soley, publicamos aviso nos sindicatos e universidades em busca de profissionais para abrir o lendário “Primeirahora”. O anúncio foi lido na Paraíba e de lá veio a Wilma com duas malas: uma com as roupas e a outra mais pesada, cheia de livros. Ela veio de João Pessoa e dias depois chegou o Wilton Zampronha, de São Paulo, eles iniciaram a redação do intrépido matutino diário.

Um detalhe interessante e que merece ser lembrado: alugamos uma edícula em terreno de um amigo, na Vila Paraguaia, e levei a Wilma até lá. Ela olhou tudo ao redor e de pronto, antes dos outros pertences, tirou um aparelho velho de televisão de uma mesinha e foi colocando os livros lá. Foi assim a nossa apresentação, por meio de Victor Hugo, Tolstói, Thomas Mann, Johann Goethe e também gente como Jorge Amado, Machado de Assim e aí vai… imensa, a minha nova amiga no universo da literatura.

Não vou aqui discernir as quase quatro décadas de amizade, pois embora os afastamentos, as lembranças nunca esmoreceram, tanto que em nosso último encontro, na calçada da prefeitura, a conversa foi longa e cheia de recordações. Todo encontro era assim. Mas eu lembraria a Wilma em muitos de seus ensinamentos, um dos quais nunca assimilei como deveria: o silêncio. Quando se é dono de um dom assim, a vida passa de outro jeito. Lamento muito, muito mesmo. Quero aqui expressar o meu sentimento de dor à Anna Rebeca, que conheço quando ainda estava na barriga, e que a vi crescer sob a aura de uma mãe maravilhosa. Wilma seguirá na paz e do jeitinho que viveu e tanto nos inspirou com a sua doce amizade e dedicação.

Rogério Romano Bonato

 

E se…

Já não me restam palavras após o relato intenso e cheio de vida do mano Rogério, que me foi enviado antes da publicação. Ele fez isso para eu corrigir, como aliás sempre faz e também para eu não repetir o pensamento, afinal comungamos disso, das mesmas ideias de amizade às pessoas que amamos. Que bom todas as pessoas pensassem com tanta força pelos que passaram e de alguma maneira nos tocaram.

Mas de fato, precisamos entender que a morte faz parte da vida, mas confesso que para mim é difícil…porque simplesmente entendo que, pessoas boas, não devem partir pois só assim o mundo voltará a respirar amor, benevolência, doçura e contemplações; os dons da Wilma!

Mas me conforta e me faz pensar como são traçados os caminhos da nossa jornada: e se o papi não tivesse topado montar o jornal “Primeirahora”? E se a gente não tivesse publicado aquele anúncio (redigido por mim, diga-se) nos sindicatos e Universidades? E se a Wilminha não tivesse lido o anúncio, na Paraíba, num tempo que nem se sonhava com internet? E se a gente não tivesse conseguido montar um time aguerrido e envolvente, que fez com que a Wilma se encantasse pela Terra das Cataratas…e aí outros caminhos que trouxeram o Juvêncio, a Anna Rebeca… enfim… há muito o que pensar nesse condicional… e simplesmente, tudo seria diferente!

Por isso, em que pese a incompreensão, só gratidão envolve meu peito! Por ter bebericado dos seus princípios, valores, conhecimento, carinho e dedicação. Por ter ouvido suas palavras de agradecimento (mesmo sem precisar ela sempre, baixinho, me falava), em especial, ao Pai pelo contentamento do seu destino! Porque o anúncio foi uma pedrinha que desviou o seu caminho e a trouxe para nós! Muita LUZ, querida amiga Wilma!

Letizia Abbate Fiala

 

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