No Bico do Corvo
Lula e os 100 dias
Nos dias atuais é um risco os governantes imaginarem que emplacarão mudanças expressivas nos primeiros 100 dias de governo. As coisas no Brasil foram de certa forma previstas, porque aconteceu o mesmo nos Estados Unidos; Joe Biden assumiu a herança e o ânimo “Trumpista” e não emplacou tudo o que havia planejado. Lula enfrenta situações similares, como a fatídica depredação das instituições, só nisso levaram mais de 30 dias ajeitando as coisas, improvisando espaços de trabalho. Depois houve a quebra de diálogo entre Câmara e Senado, paralisando votações importantes. Não dá para fazerem muita festa em relação primeira centena de dias.
Nos Estados
As pesquisas sobre a aprovação dos governos estaduais refletem a mesma dificuldade do governo federal em ganhar a simpatia de uma boa parcela de cidadãos. Há casos quem que governadores estão pagando o pato em razão das tragédias, quando o serviço não foi realizado pelos antecessores. A cabeça do povo é complicada e um exemplo disso é a falta de fé dos paulistas no governo de Tarcício de Freita; sete em cada dez acreditam que ele descumprirá boa parte das promessas de campanha.
Na chuva é diferente
Há o ditado sobre entrar na chuva e se molhar. Em política isso é imprevisível, porque todos sabem que será difícil colocar algumas coisas em prática e obter bons resultados, debaixo de raios e trovoadas. O país ainda está muito dividido na ideologia e muitas das feridas ainda estão abertas, pustulentas e começando a cheirar mal.
Lula e a guerra
Segundo o presidente do Brasil, Putin pode até ficar com algum terreno da Ucrânia. Isso é pimenta nos olhos dos outros… Vamos imaginar que nos tempos atuais, um vizinho como o Paraguai, resolvesse reivindicar pela força, territórios que foram perdidos no conflito da Tríplice Aliança, avançando sobre terras no Mato Grosso do Sul e Santa Catarina? Será que os moradores dos dois Estados, brasileiros, aceitariam essa anexação? Nem eles e nem o resto do país. Logo, se Lula quer mesmo ajudar a diminuir o conflito, deveria antes colher informações dos invadidos. Não é bem assim como o seo Putin diz.
O André no Turismo
Segundo se sabe, alguns empresários expressaram o desconforto com a notícia sobre o André Alliana na Secretaria de Turismo de Foz. Não pela escolha, e sim porque esperavam alguém do ramo ou da hotelaria, ou um nome ligado aos tantos sindicatos e associações do setor.
Sem críticas
As escolhas em geral não recebem críticas diretas e isso aconteceu com o novo secretário, empossado no final da tarde de ontem. Ele, afinal, terá tempo e possui jogo de cintura para conversar com o “trade” e talvez, a missão mais imediata será unir de novo o povo, com comportamento de manada de elefantes quando encontra predador (um de costas para o outro). Calma é apenas a ilustração da crise e o esforço pós-pandemia.
Formação
A bagagem do Alliana está mais para o Meio Ambiente do que para o Turismo, mas isso pode ser um gancho rumo às atividades sustentáveis, um projeto contínuo na cartilha do PT. André realizou um trabalho interessante levando os visitantes e também moradores para conhecer recantos espalhados pelo perímetro urbano e que muita gente nem sabia que existia; Foz é cercada por cachoeiras e cartões postais que requerem muita atenção do setor público, até porque jogam lixo em quase todos os arroios. Várias ações de combate à poluição desencadearam depois que a população começou a excursionar por essas áreas. Bem, isso o Alliana já vinha denunciando desde os tempos em que foi secretário de Meio Ambiente. Ele também atua no segmento de Camping e transporte de turistas.
O PT no governo
Assim o Partido dos Trabalhadores se encaixa no governo Chico, com apoio direto de Itaipu e de Gleisi Hoffmann, corresponsável pela indicação, segundo dizem. (O Corvo divide a ação adiante). Há agora essa ligação direta e com isto, o governo desceu do muro e deve abraçar muitos projetos de centro-esquerda. Mas a via mais vantajosa no caso é a retomada do diálogo com a Itaipu, antes mediado por coronéis, antes do prefeito chegar aos generais e almirantes. Segundo consta, Chico possui uma linha quase que direta com Ênio Verri.
No mais…
… o novo secretário de Turismo é também uma indicação pessoal do Ênio Verri. Tanto que o Diretor-geral de Itaipu prestigiaria a posse, algo incomum até aqui. O Corvo precisou tratar o texto assim pelo fato de precisar fechar a coluna bem antes.
No PT, só alegria…
… apesar de algumas alas do partido terem antecipado que não fariam parte do governo do Chico, a tropa petista havia confirmado presença e em peso na posse do Alliana, a começar pela presidente Maristela Viana. PT e governo estão em fase de namoro, pegação de mão, beijinhos e afagos.
Dissidência
Vamos ver até quando e onde vai esse “affair”. Ainda não saem da memória de muita gente os arranca-rabos criados Hamilton Seriguelli; diga-se vários áudios do petista ainda circulam pela cidade e não causam boas reações em várias alas do governo.
Linha de ação
O Corvo deu uma pescoçada nos projetos de Alliana e alguns são bastante convincentes e dever ser bem recebidos pelos empresários, uma vez que muitos já se articulavam em algumas ações. É interessante também acompanhar como essa “reforma” administrativa municipal irá aproximar as áreas do Turismo e Meio Ambiente. Chico tenta mandar ver em vários projetos, como é o caso da bacia que circunda a cidade formando um belo Parque Ambiental.
Mais mudanças
O PT tem demonstrado uma ação de alinhamento com as forças políticas locais. A outra mudança foi na Câmara, com a saída de Luiz Henrique da Direção-Geral, rumo ao PTI, administrado pelo Partido dos Trabalhadores. Segundo a movimentação, haverá outros anúncios ainda.
O Caso das malas
Que situação é essa das brasileiras presas na Alemanha? O governo precisa agir e trazê-las de volta urgentemente. Cadê a diplomacia? Se há tantas provas da sacanagem dos traficantes, trocando malas e etiquetas, não deveria ser tão complicado convencer os alemães. Eles já disseram que se manifestarão depois da “oficialidade” entre nações. Vamos pensar então, a quantidade de inocentes que se lascaram com essa prática dos bandidos. Tá difícil.
Nova identidade
O governo trabalha na criação de um grupo para estudar como fazer nas questões de orientação sexual e nome social no documento de identidade, aquele que será único, reunindo todas as informações do cidadão. Não será uma discussão simples e tomara utilizem educação, longe da intolerância dessa gente grosseira que habita o universo virtual e que não respeita nada. Uma barbaridade.
Mobilidade
Olhando as notícias para completar a coluna, o Corvo viu que a Câmara concedeu uma moção de aplauso ao engenheiro Roberto Ramos. Foi uma boa lembrança; a honraria foi proposta pelo vereador Edivaldo Alcântara. O Roberto é um dos responsáveis (juntamente com o irmão Ricardo) pela implantação da “onda verde” no sistema de semáforos de Foz, controlando o fluxo por GPS e sem custos. Aliás, economizaram foi muita grana. Toda a vez que o Corvo sai da Avenida das Cataratas e encara a Jorge Schimmelpfeng, com todos os semáforos abertos, até a Almirante Barroso, lembra da dupla Roberto e Ricardo. Sem querer puxar a orelha, a invenção precisa dar certo na Avenida Paraná e algumas outras vidas. Vai aqui um abraço do Corvo!
IPVA para aeronaves e navios
Isso sim pode gerar polêmica. Se o IPVA quer dizer “Imposto Sobre a Propriedade de Veículos Automotores”, natural que alguém, um dia, imaginaria que pudesse ser cobrado de embarcações e aviões. Alguém disse: “é um meio de atingir os ricos”. Mas será que é verdade? E os pescadores, cujas dificuldades só aumentam frente aos rigores? No mais, pensar que taxar as companhias aéreas com mais impostos é solução para melhorar aeroportos, quando a maioria está nas mãos da inciativa privada, isso só vai é aumentar mais ainda o preço das passagens. Pobre também precisa se locomover.
Careca esperto
O Corvo recebeu uma porção de postagens nas redes sociais, onde o dono da rede Havan apareceria mudando de lado, se aconchegando nos ninhos petistas e, usando até camiseta vermelha. Não dá para acreditar em tudo, até porque esses programas de inteligência artificial realizam proezas inexplicáveis. De um jeito ou de outro, não é apenas o seo Luciano que estaria mudando a postura, vários empresários estariam se distanciando do bolsonarismo e encarando a fila do beija-mão.
E a Páscoa?
E aí Corvo, conseguiu emplacar este ano a famosa receita de bacalhau? Você ficou bem quietinhos este ano. Lá em casa o peixe da sexta-feira foi o lambari frito, uma parte pescada nas margens do Iguaçu e a outra na lagoa do Monjolo. Dei sorte. Que bacalhau coisa nenhuma, ficamos só na vontade. Fora uma caixa de bombons Garoto, o chocolate também não fez festa no domingo. Fazer o que né? Como foi a sua Páscoa Corvo, diz aí pra gente?
Marcello L. C. Giulianno
O Corvo responde: prezado, este colunista, apesar da crise, levou a situação no bom humor e esbanjou foi o riso, porque segundo o poeta, “rio porque rico ri à toa. Também não custa nada imaginar”. O cardápio da semana Santa foi raspar o que havia na geladeira, descongelando uma piapara na sexta-feira; pendurando uma feijoada no amigo Pedrão no sábado, e, no domingo, o almoço foi um pouco de macarrão com porpetta. Deu para o gosto, porque não havia como fazer gasto. No lugar do chocolate não faltaram as balas de banana, guardadas de uma passagem por Morretes. Se o coelho passasse em casa, iria direto para a churrasqueira; ele foi esperto. No fim chegou a segunda-feira e as lembranças não serão ruins. As dificuldades fazem parte da vida, até quando, a gente não sabe. Improvisar não é pecado.