Muçulmanos celebram o início do Ramadã, período sagrado de jejum e reflexão

A comunidade islâmica de Foz do Iguaçu, segunda maior do Brasil, deu início na última quinta-feira (23) ao período sagrado do Ramadã. Durante um mês os muçulmanos realizarão a prática do jejum do nascer ao pôr do sol. As orações também ficam mais frequentes, com no mínimo cinco por dia. Para os fiéis, este é o momento de conseguir purificação e renovação da fé.

Entre as abstinências estão comidas, bebida, qualquer tipo de fumo e até relações conjugais. Neste ano o Ramadã seguirá até o dia 21 de abril. As datas do mês sagrado variam a cada ano, pois dependem da visualização dos movimentos da lua. Para os seguidores do islamismo foi neste tempo que os primeiros versículos do Alcorão, a escritura sagrada dos muçulmanos, foram revelados por Allah (Deus) ao profeta Muhammad.

São dispensados do jejum as crianças, as mulheres em período menstrual, viajantes, pessoas com idade muito avançada ou aqueles que possuam doenças que se agravam com o jejum. Para esses, é possível cumprir o período em outro momento do ano, antes do próximo Ramadã.

Caso o jejum seja impossível para os doentes crônicos ou idosos, este deve ser substituído pela prática da caridade, mantendo a ação de alimentar uma pessoa necessitada duas vezes ao dia durante o mês do Ramadã. Dessa forma, o mês sagrado visa também combater o orgulho e a avareza, além de promover a igualdade.

“O propósito do Ramadã é fortalecer ainda mais a relação dos muçulmanos com Deus, em gestos de sacrifício e abnegação, além de incentivar a união, a paciência e a compaixão entre as pessoas. É um período para finalizar as mágoas passadas e fazer as pazes com possíveis desafetos. Já para os mais jovens, receber a autorização dos pais para participar de seu primeiro Ramadã é uma honra ainda maior, pois significa que essa pessoa está sendo reconhecida como adulta perante a comunidade”, explica a comunidade islâmica de Foz.

Após o último dia de jejum, assim que a lua crescente do mês seguinte for avistada ou completar-se 30 dias de Ramadã, chamada Shawwal, acontecem as festividades de Eid al-Fitr, quando as famílias e comunidades usarão suas melhores roupas e se reunirão para um grande banquete com trocas de presentes.

Nessa festividade, após um mês inteiro de sacrifício, é um momento de desfrutar das bênçãos diárias: as casas e estabelecimentos muçulmanos costumam ser decorados com lanternas e é reservada também uma quantia de alimentos para ajudar aos necessitados, de acordo com as posses de cada um, para que eles também possam celebrar ao Ramadã.

Tradições

É comum que o jejum diário seja quebrado com tâmaras e água, da mesma forma como fez o profeta Muhammad. Na Arábia Saudita, por exemplo, uma das estrelas típicas é o Mugalgal, prato com carne de cordeiro picada, arroz e tomates, além do Debyazah, um doce feito de nozes, pistache, damascos amêndoas e figos. A ceia de Eid al-Fitr varia entre vários tipos de sopas, carnes, frutas, legumes e doces de acordo com o país, já que os muçulmanos estão presentes em todo o mundo.

Os cinco pilares

O jejum sagrado durante o Ramadão (Saum) é apenas um dos cinco pilares da fé islâmica que guia os muçulmanos. Os demais pilares são o Shahada, que significa testemunhar que não existe outra divindade a não ser Allah (Deus) e Muhammad, seu profeta. O Salah: Rezar cinco vezes ao dia voltado à Meca. O Zakat: contribuição paga pelos ricos aos necessitados. E oHajj: aqueles que possuem condições físicas e financeiras devem fazer a peregrinação a Meca, pelo menos uma vez na vida.

 

  • Da redação / Foto: divulgação

 

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