Bico do Corvo

Melhores e piores do ano

Todos os anos as emissoras de Tv e jornais se dedicam em premiar os melhores. Seria bacana também criar uma referência para os “piores dos últimos 365 dias”, mas isso, obviamente causaria muita confusão e não é bem o espírito do Corvo, aprontar dessas traquinices. Dá uma preguiça, mas muita gente bem que mereceria.

Mezza-mezza

O correto, sobretudo em se tratando de Foz do Iguaçu seria fazer igual nas pizzarias, ou, como dizia o Vicente Matheus, “quero agradecer à Antarctica, pelas Brahmas que mandou de graça pelo nosso aniversário”. Então, apesar da Copa, e do jogo do Brasil, vamos começar a entregar o prêmio “avaliação do ano”, para o setor político, copiando o Raul Gil, em seu nostálgico programa, mostrando quem sobre e vai ao céu, quem não sai do lugar e os que estão ao caminho da casa do tinhoso.  Em nossa análise da política municipal: quem se fortaleceu e quem se enfraqueceu nessas eleições?

O Corvo foi ouvir

E não pensem que isso saiu apenas da cabeça deste passarinho. Depois do segundo turno da eleição presidencial, foi preciso bater muita asa e conversar com analistas, políticos, articuladores, empresários e a população em geral, afinal de contas, há muitos anônimos antenados e sabem uma barbaridade sobre o assunto. Vamos lá:

Vermelho

Subiu, pero no mucho. Apesar do susto, conseguiu manter seu capital político e se reeleger. De quebra levou o filhote Mateus para a ALEP. Mesmo com a derrota de Bolsonaro, deve manter forte influência na política local. Esse “pero no mucho” tem explicação: o deputado esperava fazer bem mais de 100 mil votos, logo, a quase derrapada, é uma avaliação dele também.

Matheus

Subiu, e como. Foi eleito na esteira do papi, mas agora tem que aparar as amarras se quiser ter protagonismo. Mas aqui entre nós, é só participar de uma eleição para saber da verdade e a ginástica que é, andar de um lado ao outro em média 20 horas por dia. Matheus é jovem; pode ter um futuro brilhante, mas isso depende: se fizer as escolhas certas vai em frente, do contrário, corre o risco de se apagar, como acontece com todos.

Beltrame

Subiu. Coordenador dos “RED’S”, muito articulado politicamente, volta a ter projeção no cenário local e, há quem diga, pode ser um nome para compor chapa majoritária em 2024. Porém é mais um nome na longa lista, como outros diriam. Longa, muito longa lista; chega a virar o quarteirão.

Giacobo

Estável na esfera municipal. Apesar da expressiva votação estadual, em Foz, ficou aquém do esperado, principalmente se comparado à eleição anterior e ao investimento destinado à campanha na cidade. Dizem que acabou pecando na dobrada para estadual e não defendeu com unhas e dentes o presidente Bolsonaro, o que pode o ter prejudicado em eleição polarizada.

Anice

Desceu. Presidente do PL local que elegeu dois deputados federais, não fatura em nada com isso. Seu principal aliado, Giacobo perdeu bastante votos na cidade, não obteve o sucesso esperado, apoiando a Rosa Maria, e, de quebra viu seu “brimo” e arquirrival Adnan vencer a eleição para o Bakri no Jardim Central, principal reduto árabe.

Fruet

Desceu. Não conseguiu se reeleger e, passado a onda bolsonarista, dificilmente conseguirá lampejar novamente. Que barbaridade, ele mesmo deve estar se perguntando: “Aonde foi que errei?”.

Luiz do PT

Subiu. Mesmo não tendo votação expressiva e não se elegendo a deputado estadual, melhorou seu capital político em relação à candidatura a prefeito e ajudou significativamente a expressiva votação de Gleisi Hoffmann na cidade. Com a eleição de Lula e Gleisi, deve ter papel no roteiro e por isso, está apertando os cadarços no sapato.

Rosa Maria

É uma Incógnita. Mesmo não eleita, foi a mais votada para estadual em Foz e em sua primeira eleição. E foi uma votação expressiva, pois diziam que era pouco conhecida nos bairros, pouco carismática e alguém que pegou firme no endurecimento das regras na pandemia. Muita gente não aprovou ficar em casa ou ver o comércio fechado. Na onda dos clãs candidatos, pode dobrar com o maridão em 2026. O Corvo está consultando os advogados para saber se isso é possível. Bom, leia-se que o ano é para a disputa à deputados.

Chico Brasileiro

Desceu? Subiu? Estagnou? Vamos avaliar: mesmo com a máquina na mão, não elegeu a esposa; enfrenta algumas denúncias contra a sua administração e vê a base em perigo na CMFI; se não cuidar ela vai se dividir. Ganhou um fôlego pela eleição de Lula, o que não o deixa isolado. Embora em cima do muro, todo mundo sabe que ele está mais para a esquerda do que para a direita. Quem ia pensar o contrário? Se quiser abrir empreitada pela reconquista da base, terá que fortalecer os mais fiéis, os íntegros e cuidar com as raposas, porque elas estão fazendo plantão em volta do galinheiro.  Chico ainda tem dois anos, isso quer dizer tempo de sobra para articular. 

Ney Patrício

Estagnado. Mesmo sem apoiar com toda força a candidata Rosa Jerônimo, tem a vantagem de fazer parte dos planos do prefeito para reeleição da presidência da Câmara e depois, arriscar a eleição a prefeito, além de ter bom trânsito entre os empresários locais. Manteve seu capital político, sem mais, nem menos. Vamos dizer que ele, olhando o panorama, preferiu ser cuidadoso.

Adnan El Sayed

Subiu. Apostou na candidatura de Hussein Bakri, braço direito de Ratinho Júnior, e por isso, ganhou força. Adnan mostrou nos últimos acontecimentos da Câmara, e, nas eleições, que sabe fazer articulações políticas. Alguns analistas o colocam como um potencial nome na corrida para a prefeitura, em 2024, mas é muito cedo ainda. Se alguém perguntar para ele, vai escapar da resposta, sem negar, mas também sem confirmar. É molho no pastel!

Francisco Sampaio

Desceu um monte e pisou na jaca. Atual vice-prefeito fez uma série de movimentos errados. Brigou com o Chico, ficou sem cargos e sem apoio e também sem o carrão. Sem aliados; teve uma votação pífia para deputado.

Protetora Carol

Desceu. Com status de vereadora mais votada, tentou ser Deputada Federal, porém viu seus votinhos caírem pela metade. De quebra recebeu aquela visita indigesta do Gaeco e tentará sobreviver até o fim do mandato. O fato é que abriram uma temporada de “caça à Carol”.

Galhardo

Se manteve. O rapaz sem fazer campanha conseguiu expressiva votação para deputado. Na sequência conseguiu reunir forças para escapar da terrível inquisição legislativa. Dizem que precisa de mais maturidade; muita gente reclama de sua imagem de briguento. Precisa mudar.

João Morales

Desceu. Se a ideia de sair candidato a Deputado Federal era exposição para concorrer ao Executivo em 2024,  calculou o pulo errado. Não angariou votos suficientes e agora vai precisar fazer um exercício de remo contra a maré. Bom, aí ele pode afinar o físico, o que nunca é ruim. Será difícil se credenciar até mesmo para vice. Se não cuidar, não se reelege.

Cabo Cassol

Estável. Apoiou dois fenômenos de votos, Bakri e Fahur, porém não teve muita presença nas campanhas. Mantém seu capital político e é uma boa opção para vice em 2024. Mas dizem que ele quer continuar em seu gabinete na Câmara

Alex Meyer

Desceu. Abandonou Ricardo Barros no meio do caminho e se alinhou ao Vermelho e o Mateus, mas evaporou também em campanha para ambos. Tomou chá de sumiço. Agora se entregou de corpo e alma ao governo municipal assumindo a difícil condição de líder do prefeito. Ampliou foi a sua vidraça. Na Câmara está em processo de “padrekelmonização”. E há um problema sério: lutar contra a síndrome do Porto Meira que não reelege vereador.

Kalito

Estável. Atual líder do prefeito na Câmara, apoiou os Red’s sem muito entusiasmo, em detrimento da dona Rosa. A impressão que dá é que ele quer ver o tempo passar rápido, para encerrar o mandato. O fato é que todos esperavam mais do Kalito e ele não deu.

Maninho

Desceu. O Tom Hanks da Câmara perdeu o mandato. Pela fidelidade ao prefeito, está a ESPERA DE UM MILAGRE na briga para tentar emplacar a equipe no Poder Executivo. E lá não há espaço, já avisaram. Bom, dependendo o Santo, milagres acontecem. Nunca é de se duvidar.

Yasmin Hachem

Desceu. Pré-candidata a Federal para dobrar com Rosa Maria, abandonou a ideia quando surgiu o famoso vídeo do telhado. Para completar, nem ao evento de lançamento de candidatura ela foi. Dizem que decepcionou muito os velhos amigos. Vai precisar batalhar para arrumar a situação.

Scheila Mello

Desceu. Contra a vontade dos caciques do PSD local, apoiada por Curitiba, saiu a Deputada Estadual. Se a ideia era ficar em evidência para uma eleição à Câmara, em 2024, deu errado.

Samis da Silva

Estável. Coordenou a campanha de Rosa, fora de Foz do Iguaçu. Aos poucos vai reconquistando o espaço local e dizem ser o preferido de Rosa Jerônimo para substituir Chico Brasileiro em 2024. Será? Um dia ele disse para o Corvo que “o melhor da política é ficar fora dela”.

Bobato

Desceu. Sem êxito na coordenação da campanha de Rosa Jerônimo, é uma incógnita seus próximos passos. Pela proximidade com o Prefeito, deve tentar se viabilizar para o executivo em 2024.

Luciano Alves

Subiu. Em sua primeira eleição foi o mais votado para Deputado Federal na cidade e se credencia para voos maiores. Entretanto haverá muitas barreiras, a começar por ele mesmo. Disseram ao Corvo que anda enfrentando rejeição nas atividades de bastidores da Tv.

Paulo MacDonald

Estagnado. Depois de ter perdido a última eleição e ter desistido de concorrer a deputado estadual, não apoiou abertamente ninguém, nem para Estadual e menos a Federal, apesar de ter pedido votos para o Vermelho. Focou todo apoio aberto ao Bolsonaro.

Charge do corvo

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *